GUERRA EM GAZA
DN 20090110
João Miranda
Investigador em biotecnologia - jmirandadn@gmail.com
O conflito israelo-palestiniano gera discussões intermináveis na Internet e nos jornais entre os defensores do lado israelita e os defensores do lado palestiniano. Discute-se quem tem o direito à terra, quem iniciou as várias fases do conflito, quem é mais democrático ou quem usa métodos mais reprováveis. Estes debates acabam frequentemente na propaganda e no insulto. Reproduzem, em detalhe, as dezenas de anos do conflito e ajudam a perceber porque é que ele se eterniza. Se, a milhares de quilómetros de distância, existem portugueses que se recriminam por causa de um assunto que não lhes diz directamente respeito, então é natural que quem se encontra no terreno recorra à guerra e ao terrorismo. A análise da questão da legitimidade, em que se procura determinar uma solução para o conflito com base no direito das partes aos territórios em disputa, está condenada ao fracasso. Por um lado, essa abordagem não tem em conta uma situação militar que favorece Israel. Por outro lado, os descendentes dos imigrantes israelitas adquiriram entretanto direitos sobre a terra em que se fixaram. Já não é possível repor a situação anterior à criação do Estado de Israel em 1948, a não ser que se recorra à violação em massa dos direitos humanos. Tudo se conjuga, portanto, para que as recriminações históricas, que a opinião pública tanto aprecia, não conduzam a uma resolução pacífica do conflito. O conflito israelo- -palestiniano não vai ter uma solução justa, e muito menos uma solução consistente com o romantismo e o moralismo dos defensores da chamada causa palestiniana. Terá de ter uma solução realista, muito próxima daquela que os líderes israelitas estão dispostos a aceitar. Os líderes israelitas aceitam a criação de um Estado palestiniano em troca de garantias de paz. O Hamas defende a eliminação do Estado de Israel e o regresso dos palestinianos aos territórios que detinham há 60 anos. Estes objectivos são utópicos e irrealistas. O Hamas é neste momento o principal obstáculo à paz.
João Miranda
Investigador em biotecnologia - jmirandadn@gmail.com
O conflito israelo-palestiniano gera discussões intermináveis na Internet e nos jornais entre os defensores do lado israelita e os defensores do lado palestiniano. Discute-se quem tem o direito à terra, quem iniciou as várias fases do conflito, quem é mais democrático ou quem usa métodos mais reprováveis. Estes debates acabam frequentemente na propaganda e no insulto. Reproduzem, em detalhe, as dezenas de anos do conflito e ajudam a perceber porque é que ele se eterniza. Se, a milhares de quilómetros de distância, existem portugueses que se recriminam por causa de um assunto que não lhes diz directamente respeito, então é natural que quem se encontra no terreno recorra à guerra e ao terrorismo. A análise da questão da legitimidade, em que se procura determinar uma solução para o conflito com base no direito das partes aos territórios em disputa, está condenada ao fracasso. Por um lado, essa abordagem não tem em conta uma situação militar que favorece Israel. Por outro lado, os descendentes dos imigrantes israelitas adquiriram entretanto direitos sobre a terra em que se fixaram. Já não é possível repor a situação anterior à criação do Estado de Israel em 1948, a não ser que se recorra à violação em massa dos direitos humanos. Tudo se conjuga, portanto, para que as recriminações históricas, que a opinião pública tanto aprecia, não conduzam a uma resolução pacífica do conflito. O conflito israelo- -palestiniano não vai ter uma solução justa, e muito menos uma solução consistente com o romantismo e o moralismo dos defensores da chamada causa palestiniana. Terá de ter uma solução realista, muito próxima daquela que os líderes israelitas estão dispostos a aceitar. Os líderes israelitas aceitam a criação de um Estado palestiniano em troca de garantias de paz. O Hamas defende a eliminação do Estado de Israel e o regresso dos palestinianos aos territórios que detinham há 60 anos. Estes objectivos são utópicos e irrealistas. O Hamas é neste momento o principal obstáculo à paz.
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