A educação católica deve preocupar-se com os pais

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«Como é que a Escola Católica responde aos desafios da educação hoje» foi o tema que o padre João Seabra levou ontem, dia 20 de junho, a Fátima, cerca de 44 membros das direções das Escolas Católicas.


O presidente da Associação para a Educação, Cultura e Formação (APECEF), proprietária do Colégio de S. Tomás e administradora do Colégio de S. José do Ramalhão, afirmou aos diretores que uma escola católica o é “porque tem uma preocupação de fundo com os pais”:
“A educação de uma escola católica deve ter em atenção o lugar dos pais na atualidade pois a família é fundamento da educação da escola católica. Educar os filhos significa entrar em diálogo profundo com os pais”.
Para o responsável de duas escolas católicas o modo como “muitas famílias vivem desprotegidas, desestruturadas e com dificuldades em encontrar tempos para estarem juntas” deve estar no centro de um equilíbrio entre “o instruir e o educar”.
Refletindo os desafios que se colocam a uma instituição educativa católica na atividade o padre João Seabra considerou fundamental “que o «ser católico» esteja presente em toda a instituição educativa iluminando, estabelecendo dinâmicas e estratégias de acordo com a visão cristã da educação:
“Isto comporta, não poucas vezes, olhar para os próprios manuais das disciplinas, sem ir contra o proposto pelo Ministério da Educação, para que não estejamos a educar catolicamente e a instruir anti catolicamente”, afirmou.
A proposta foi a de, nas “diferentes áreas do saber percecionar o que é verídico e o que é ideológico”.
“De outro modo podemos fazer campanhas de solidariedade, acolher os nossos alunos nos sacramentos, levar os alunos a percecionar Deus e a Igreja, mas, se não soubermos olhar criticamente para os manuais e os programas que são criados por ideologia e não por ciência, o que fica, de facto, nos nossos alunos?”, questionou.
O padre João Seabra considerou que as instituições católicas devem levar os alunos “a ter um olhar crítico sobre o mundo e a realidade para o transformarem” e não pretender “que todos sejam católicos mas que o ser católico seja uma possibilidade”, sustentou.
Reautorizar o professor e afirmar o valor de cada pessoa
Na segunda parte da sua intervenção o presidente da AECF apontou como urgente a “reautorização do professor dentro da escola”:
“Hoje assistimos a uma desautorização do professor dentro das escolas. É fundamental voltar a autorizar estes agentes educativos afirmando o valor da pessoa, de cada professor, na relação com os alunos”:
“Este aspeto recorda-me sempre a importância da proximidade com os mais novos em todos os espaços das escolas. Nos colégios da Companhia de Jesus haviam os «irmãos do recreio» que tinha tanta importância como o diretor de estudos. Esta proximidade e presença permanente é fundamental numa escola católica”.
No final da sua intervenção o pare João Seabra recordou que a escola católica deve “transmitir a beleza de Jesus” e não “um conjunto de doutrinas”.
“A nossa comunicação da fé deve ser bela e não pode ser apenas uma transmissão da doutrina mas sim uma experiência pessoal”:
“Hoje na Igreja tendemos a ser muito kantianos no sentido em que pensamos que podemos conhecer o cristianismo apenas através da razão e dispensarmos o evangelho. O Cristianismo o próprio Jesus e só se consegue aceder a ele através do encontro. As nossas escolas devem ser lugar de encontro”, finalizou.
A ação de formação foi uma parceria entre a Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e o departamento da Escola Católica (DEC) do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).


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