Ultimato jihadista: o tempo dado aos cristãos iraquianos já expirou
Converterem-se ao Islão, pagarem uma taxa ou serem mortos. A mensagem era clara e foi proferida através dos altifalantes da cidade de Mossul na quinta-feira. Os cristãos abandonaram a cidade iraquiana.
O grupo extremista Estado Islâmico deu na passada quinta-feira um prazo para que os cristãos de Mossul tomassem a sua decisão. Até ao meio-dia de hoje (10h em Portugal continental), teriam de escolher entre a conversão ao Islão - aceitando as normas impostas pelo grupo -, pagar um imposto ou sujeitarem-se à execução. A maior parte dos 25 mil cristãos residentes em Mossul já abandonou as suas casas.
O êxodo da cidade foi motivado pelo medo e os cristãos têm procurado refúgio no norte do país, em regiões autónomas do Iraque controladas pelas forças curdas. Embora os jihadistas tenham tomado a cidade há mais de um mês - Mossul é controlada pelo grupo Estado Islâmico e por outras forças sunitas desde 10 de junho -, a situação dos cristãos agravou-se apenas nos últimos dias. Além das mensagens divulgadas através dos altifalantes da cidade na quinta-feira, também foram distribuídos folhetos com as condições impostas aos residentes.
Esta é considerada a última vaga migratória cristã a abandonar a cidade. Mossul tinha uma das maiores comunidades cristãs do Médio Oriente, com igrejas Caldaicas, Assírias e Arménias que remontam aos primeiros séculos de cristianismo.
Em 2003, estimava-se que a população cristã residente no Iraque ascendesse a um milhão de pessoas. Atualmente, pensa-se que mais de metade terá abandonado o país. Os últimos números apontam para 450 mil cristãos a permanecer em território iraquiano.
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