Responsabilidade social

Francisco Sarsfield Cabral

RR on-line, 20090505

O lucro empresarial é importante, até porque sem ele não há empresa. Mas não esgota as finalidades da empresa.


Começou em Lisboa uma semana sobre responsabilidade social das empresas. Trata-se de um tema que há vinte ou trinta anos era praticamente ignorado, mas de que hoje se fala muito. Ainda bem: é positivo que os empresários e gestores reconheçam que têm obrigações, não apenas perante os accionistas das suas sociedades, mas também face a outras entidades: os trabalhadores, os consumidores, a comunidade onde se inserem, os que sofrem eventuais efeitos negativos da sua actividade (poluição, por exemplo), etc. O lucro empresarial é importante, até porque sem ele não há empresa. Mas não esgota as finalidades da empresa.

A propósito, conviria fazer algumas distinções. Há empresas para as quais a bandeira da responsabilidade social é tão só um instrumento de “marketing”. É apenas uma forma de melhorar a imagem da empresa e de assim aumentar os seus resultados.

Mas, enquanto imperativo ético, a responsabilidade social das empresas vai mais longe. Ela deve ser observada mesmo quando daí não resultar vantagem para a empresa. A moral não é para ser seguida só quando nos convém.

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