Reflexão de um aluno de medicina
"Um dia de grande aprendizagem humana e espiritual
Deparar-me com o derradeiro momento da decisão de alguém, em deixar-se mergulhar num sono profundo, para fintar um infeliz destino de asfixia, pelas mãos de um tumor que, não se inibe de cavalgar ao mais alto galope. Ouvir e sentir a calma e a tranquilidade de alguém, cuja mente apenas procura descanso. Acompanhar o período de organização da sua vida, das suas contas, de se despedir dos que mais gosta e agora inexoravelmente abraçar um destino com a dignidade que lhe é possível.
É um dia triste. Um dia de aprendizagem. Daqueles que certamente irá moldar a minha forma de olhar o sofrimento dos outros. Um dia em que senti, ainda mais respeito pelas especialidades médicas. Pelos profissionais de saúde que têm a sensibilidade e a coragem de avaliar o momento de mudança de paradigma de cuidados: não massacrar, não nos deixarmos levar pela nossa natureza intrínseca de tentar sempre arranjar uma solução.
Não se trata de deixar de insistir, mas sim de proporcionar o maior bem que, numa fase mais complicada da vida, se pode ter: o descanso, a serenidade e a capacidade de fintar o cancro, com a dignidade que lhe é devida."
Deparar-me com o derradeiro momento da decisão de alguém, em deixar-se mergulhar num sono profundo, para fintar um infeliz destino de asfixia, pelas mãos de um tumor que, não se inibe de cavalgar ao mais alto galope. Ouvir e sentir a calma e a tranquilidade de alguém, cuja mente apenas procura descanso. Acompanhar o período de organização da sua vida, das suas contas, de se despedir dos que mais gosta e agora inexoravelmente abraçar um destino com a dignidade que lhe é possível.
É um dia triste. Um dia de aprendizagem. Daqueles que certamente irá moldar a minha forma de olhar o sofrimento dos outros. Um dia em que senti, ainda mais respeito pelas especialidades médicas. Pelos profissionais de saúde que têm a sensibilidade e a coragem de avaliar o momento de mudança de paradigma de cuidados: não massacrar, não nos deixarmos levar pela nossa natureza intrínseca de tentar sempre arranjar uma solução.
Não se trata de deixar de insistir, mas sim de proporcionar o maior bem que, numa fase mais complicada da vida, se pode ter: o descanso, a serenidade e a capacidade de fintar o cancro, com a dignidade que lhe é devida."
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