Porque vou à Caminhada pela Vida?
- "Mãe, porque é que temos que ir à Caminhada pela Vida?
- "Porque o avô ia sempre."
Assim começou a nossa conversa ontem, e assim acabou a nossa conversa ontem.
A seguir passámos logo à acção a desenhar os cartazes.
A seguir passámos logo à acção a desenhar os cartazes.
Muitas das perguntas existenciais dos nossos filhos passaram a ter apenas esta resposta.
- "Mãe, porque é que temos que ir à missa?"
- "Porque o avô ia."
- "Mãe, porque é que vamos visitar a bisavó?"
- "Porque o avô ia."
E esta resposta, para eles, tem chegado. Mas eles já começam a saber que não é só por esta razão, mas esta é uma razão forte. A tradição é assim, forte. A Caminhada pela Vida já é, na nossa família, uma tradição assim forte.
Mas afinal porque vamos à Caminhada pela Vida?
Razão #1
O Pedro grande
Começando pela razão forte: Vamos porque o Pedro ia e vestia a camisola.
Para muitas coisas difíceis de ajuizar, esta razão serve para avançar, mesmo quando faltam certezas.
Serve já aos meus filhos e serve muito bem para mim.
"What would dad do?"
Perguntam-se muitas vezes as personagens da série
'This is us'
Este é o valor da tradição.
Começando pela razão forte: Vamos porque o Pedro ia e vestia a camisola.
Para muitas coisas difíceis de ajuizar, esta razão serve para avançar, mesmo quando faltam certezas.
Serve já aos meus filhos e serve muito bem para mim.
"What would dad do?"
Perguntam-se muitas vezes as personagens da série
'This is us'
Este é o valor da tradição.
Razão #2
O Pedro pequeno
O Pedro pequeno
A causa da vida cá em casa é uma sabedoria herdada.
Porque o valor da vida depender das circunstâncias e da saúde, não bate certo com o que se vive cá em casa. É que para se viver bem, na nossa casa, temos mesmo que tentar ser do tamanho do que vemos e não do tamanho da nossa altura. E o que vemos, mesmo sem saber explicar, é que a vida do Pedro é um bem, para todos.
Razão #3
Uma certa ingenuidade
Eu já sei que esta é uma batalha perdida, mas não é nenhuma motivação bélica que me leva à Caminhada. Sei que faço parte da minoria perdedora desta questão social, mas não me importo. Talvez seja mesmo uma ingenuidade que me faz concordar que grande parte das pessoas que são a favor (do aborto), nunca pensou profundamente no assunto. E se não o fizeram é porque o assunto é de outros. Tiveram a boa intenção de dar liberdade aos outros para fazerem o que melhor entenderem, sem consequências.
Mas para mim, não é assim.
Porque mesmo sem nunca ter feito ou sofrido um aborto, já tive nos braços um filho indesejado. E esse filho, é a razão #2 de eu ir à Caminhada. É que eu já quis que ele morresse e quando mais tarde, ele estava efectivamente a morrer, quis que ele vivesse. Esta volatilidade é do tamanho da minha altura. Nós somos assim: um dia queremos isto e no dia seguinte queremos aquilo, e isto e aquilo podem ser totalmente opostos. Coerência não é connosco. Por isso não nos devemos levar demasiado a sério ao ponto de decidir sobre aquilo que já é um facto. Mas antes tentar viver à altura do facto que vemos. E o que vemos é uma novidade e uma surpresa constante, se mantivermos esta ingenuidade, de quem ainda está para ver.
Por isso, mesmo no séc. XXI, 10 anos depois da legalização do aborto, vou à Caminhada pela Vida.
Porque o valor da vida depender das circunstâncias e da saúde, não bate certo com o que se vive cá em casa. É que para se viver bem, na nossa casa, temos mesmo que tentar ser do tamanho do que vemos e não do tamanho da nossa altura. E o que vemos, mesmo sem saber explicar, é que a vida do Pedro é um bem, para todos.
O Pedro e os irmãos na festa dos seus 5 anos. 23 Outubro 2017 |
Razão #3
Uma certa ingenuidade
Eu já sei que esta é uma batalha perdida, mas não é nenhuma motivação bélica que me leva à Caminhada. Sei que faço parte da minoria perdedora desta questão social, mas não me importo. Talvez seja mesmo uma ingenuidade que me faz concordar que grande parte das pessoas que são a favor (do aborto), nunca pensou profundamente no assunto. E se não o fizeram é porque o assunto é de outros. Tiveram a boa intenção de dar liberdade aos outros para fazerem o que melhor entenderem, sem consequências.
Mas para mim, não é assim.
Porque mesmo sem nunca ter feito ou sofrido um aborto, já tive nos braços um filho indesejado. E esse filho, é a razão #2 de eu ir à Caminhada. É que eu já quis que ele morresse e quando mais tarde, ele estava efectivamente a morrer, quis que ele vivesse. Esta volatilidade é do tamanho da minha altura. Nós somos assim: um dia queremos isto e no dia seguinte queremos aquilo, e isto e aquilo podem ser totalmente opostos. Coerência não é connosco. Por isso não nos devemos levar demasiado a sério ao ponto de decidir sobre aquilo que já é um facto. Mas antes tentar viver à altura do facto que vemos. E o que vemos é uma novidade e uma surpresa constante, se mantivermos esta ingenuidade, de quem ainda está para ver.
Por isso, mesmo no séc. XXI, 10 anos depois da legalização do aborto, vou à Caminhada pela Vida.
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