Missão País


Na quinta-feira passada fui até à Sertã passar o fim da tarde e serão com a Missão País de Agronomia. São perto de 65 missionários, a maior parte da minha faculdade (Instituto Superior de Agronomia).
Dei-me conta, e, por isso, quero dar-vos conta, desta revolução silenciosa que acontece em Portugal por esta altura do ano durante uma semana. São vinte e sete faculdades de Lisboa, cinco faculdades do Porto, duas de Coimbra e uma de Aveiro que se distribuem por outras tantas localidades do País, a fazer missão. Leio no site da Missão País, que desde 2003, quando tudo começou, já envolveu 311 067 pessoas.
Aprendi que cada dia na Sertã começa com o pequeno almoço, a distribuição de tarefas e a oração da manhã. Durante a manhã, diferentes equipas distribuem-se pelo lar de idosos, centro de dia e creche e ainda pela escola básica ou secundária (em coordenação com a direcção da escola). Não me quero esquecer de mencionar aqui a equipa mais escondida que tem o trabalho essencial de assegurar que toda a gente tem pequeno alomoço, almoço e jantar e isso para 65 pessoas. Voltam a juntar-se ao almoço e à tarde trocam de tarefas e um grande grupo parte para o contacto porta a porta. Missa ao fim do dia, jantar e serão. No dia em que lá estive o serão foi o teatro na Casa da Cultura, onde toda a população é bem vinda. Uma peça simples, muito bem engendrada e muito missionária. A ligação que se estabelece com a população local é notória e comovente. De regresso à base, eu fui a surpresa do serão, porque os chefes me tinham secretamente convidado para dar um testemunho. Nunca os meus alunos (porque muitos deles foram, são ou serão, de facto, meus alunos) estiveram tão atentos! Terminamos por volta da meia noite e fechamos a noite com uma oração. Sem dar por isso quando me fui deitar já eram duas da manhã.
Regressei ontem, eles regressam hoje, e só me apetece dizer "Não te ardia o coração?"
Um grande "bem haja" com orgulho de ser vosso professor
Pedro Aguiar Pinto

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