A turma do copianço

Graça Franco
RR on-line 29-06-2011 09:08

Não. Não era um exame para juízes, decisivo para as respectivas carreiras. Era, tão só, um take-home exam o que, traduzido para português, equivale a um teste para resolução em casa (com consulta) e versava sobre qualquer coisa como engenharia electrotécnica.

Os alunos eram cadetes da mais prestigiada academia de formação de oficiais norte-americanos ( West Point) e a cena passou-se no longínquo ano de 1976 .
Porque me lembro disto? Porque, imaginem, na resolução do teste com consulta foi detectada, para vergonha da Academia e consternação geral, uma situação de copianço generalizado.
Considerados Indignos da história da instituição e de fazerem parte da elite militar norte-americana 150 cadetes foram simplesmente expulsos da escola. Entre eles alguns assumiram a culpa e saíram por seu pé. Apresentada a respectiva defesa 98 vieram, posteriormente, a ser reintegrados. Para cinquenta e dois o sonho de uma vida terminou naquele exame caseiro de engenharia.
Mas o prestígio de West Point foi preservado. Dessa classe de 76, fazem parte Ray Odierno e Standley McCrystal , comandantes, respectivamente, das guerras do Iraque e do Afeganistão. No total há hoje, entre reserva e activo, 33 generais desta classe. Um número excepcionalmente elevado na história da academia. Ou seja, 76 acabou por ser um ano de “boa colheita”.
West Point não conseguiu impedir a nódoa mas soube preservar intocado o prestigio dos oficiais ali formados. Foi exactamente o contrário que se passou, por cá, no Centro de Estudos Judiciários. Agora, não será fácil afastar sobre a classe dos juízes formados em 2011 o anátema da turma do copianço.

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