Natal

DESTAK | 22 | 12 | 2010   17.53H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
A crise era séria, profunda, duradoura. Herodes, fascinado pelas obras públicas, oprimia o país com impostos. Depois do embelezamento grandioso do Templo, vieram as fortalezas, Masada e Herodium, e as novas cidades Cesareia Maritima e Mamre. A dívida externa crescia e o Império Romano ameaçava com austeridade ou intervenção directa de um Procurador. O povo, sucessivamente enganado por gerações de dirigentes, já não acreditava em nada. Israel sentia-se confuso e desorientado.
Pior, estava desanimado, deprimido, não via saída.Foi então que «o povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1). A solução veio do Alto, inesperada, explosiva, desconcertante, ultrapassando infinitamente o problema do momento. Não surgiu na capital, no palácio, na monarquia, mas num cantinho obscuro, um estábulo com uma manjedoura a servir de berço. Foi anunciada nos céus mas só os que estavam calados puderam ouvir.
A nossa crise é séria, profunda, duradoura. Mas acontece depois daquele nascimento. Acontece depois de estarmos salvos. O Senhor já veio e ficou connosco. Neste Natal não temos de esperar por Ele. Ele é que está à nossa espera. A ver se desta vez ouvimos finalmente o que então se disse no céu: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor» (Lc 2, 10-11). Hoje como então, a solução dos nossos problemas não está na capital, no palácio, mas no estábulo iluminado.

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