Saudação de D. Carlos Azevedo
Saudação ao Santo Padre
É uma feliz responsabilidade, esta de saudar Vossa Santidade, em nome de tantos agentes de organizações sociais aqui convocados. Manifesto a alegria que todos sentimos quando soubemos que o Santo Padre queria encontrar-se connosco.
Tem diante pessoas que aceitaram a lógica do dom e da gratuidade e sentem paixão pelo que fazem, movidas por diversas fontes espirituais e optando por diferentes estilos de acção. Vivem uma entrega ao serviço dos outros mais necessitados e feridos, doentes e pessoas com deficiência, presos, migrantes e abandonados; lutam pela defesa dos direitos humanos, pela paz, pela salvaguarda da criação. Para muitos e muitas esta dedicação decorre da consciência baptismal e do acolhimento da dimensão diaconal de toda a Igreja. Fazem-no com determinação e desejam cada vez mais abrir-se a caminhos inovadores.
Junto do Sucessor de Pedro, queremos renovar a nossa liberdade interior: para darmos mais viva expressão às entranhas de misericórdia do nosso Deus, sem sermos escravos das coisas, para nos abrirmos a uma leitura crente da realidade social, para trabalharmos em rede de comunhão, para sermos felizes na austeridade que os tempos exigem.
Santo Padre: seguimos, com muita atenção, o magistério firme e pleno de actualidade, luminoso e renovador da nossa acção. Agradecemos, hoje, a vizinhança da Vossa palavra de sabedoria evangélica que nos move e desinstala, nos centra no essencial da fé cristã e nos lança permanentes apelos ao testemunho corajoso no âmbito pastoral, social e político.
Neste momento crítico que a humanidade vive, insegura sobre o futuro, queremos agradecer a clareza com que nos propõe a dimensão pública e política da caridade,
como nos ensina que a procura da verdade se apoia no amor e nos convida a todos para sermos “cooperadores da verdade”.
Aguardamos de Vossa Santidade uma Palavra profética, nesta hora carregada de apreensões, em que verificamos: pobreza inumana, desemprego crescente, domínio de gente sem uma rota espiritual. Renove os apelos de Cristo Bom Samaritano: retire-nos do fatalismo que acomoda e convoque-nos para uma compaixão que dignifica, para uma ternura que cuida, para uma escuta que valoriza, para uma esperança que acompanha. Anime a nossa vontade de sermos servidores-lideres, muito unidos ao “humilde servidor da vinha do Senhor”, ao Pastor universal que queremos escutar.
+ Carlos Moreira Azevedo
Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social
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