JN, 2009-03-28 Alice Vieira Vivemos no país do logo-se-vê. Do pode-ser-que. Do em-princípio. Do se-tudo-correr-bem. A dificuldade que temos em tomar decisões já quase se tornou característica nacional. É qualquer coisa que deve estar nos genes. Diante de qualquer problema dizer "é assim, é assim, pronto, vamos a isso" - é frase que os portugueses nem sabem como se pronuncia. E essa capacidade de ser rápido e eficaz - tipo "o que tem de se fazer que se faça depressa"- reflecte--se nas coisas (aparentemente) banais do dia-a-dia. Por exemplo: já repararam na dificuldade que as pessoas têm em pôr fim a uma simples conversa telefónica? "Adeus, adeus, beijinhos, sim, eu depois ligo, tá bem, adeus, sim, não me esqueço, sim, em princípio eu vou, beijinhos, então vá, pronto, tudo bem, adeus, adeus, beijinhos, vá, tá bem, sim..…" - são capazes de ficar naquilo horas seguidas! Será tão difícil tomar a decisão de desligar depois de um honesto "então,