Enquanto há esperança, há vida
Isilda Pegado
Voz da Verdade, 2012-05-13
1 - Era uma vez um Estado, cuja taxa de natalidade, desde há mais de 20 anos, não permitia repor a população (seria necessária taxa de 2,1). Tinha a mais baixa taxa de natalidade de todo o mundo (1,3) a par da Bósnia. E por isso, estava a definhar.
2 - Era uma vez um Estado, que fechava maternidades e escolas porque não nasciam crianças. E a taxa de desemprego da classe dos professores era a maior.
3 - Era uma vez um Estado, onde em cada seis crianças geradas, uma é deliberadamente eliminada (nascem menos de 100.000 crianças e são abortadas mais de 20.000 crianças, por ano - taxa de aborto a pedido é de 20%) pelo método de aborto livre, pago e subsidiado com o dinheiro dos impostos de quem trabalha.
4 - Era uma vez um Estado, que todos os anos vê aumentar o número absoluto de abortos (relatório da D.G.S. da passada semana e estudo da Federação Portuguesa pela Vida em www.federacao-vida.com.pt) e ouve explicações insensatas ditadas pela “nomenklatura do regime” que teima em dizer que só alguns têm direito a viver.
5 - Era uma vez um Estado, que paga a quem o solicite, o aborto, um subsídio correspondente a um vencimento mensal e trinta dias de licença de trabalho. Mas também paga avião, hotel e motorista à mulher e acompanhante que venha das Ilhas fazer aborto em Lisboa. Tantas as vezes quantas as solicitadas.
6 - Era uma vez um Estado, que, atentas as graves dificuldades económicas, cortou os apoios à infância até das famílias mais carenciadas. E, não tem liquidez para pagar aos fornecedores dos hospitais onde faltam produtos essenciais.
7 - Era uma vez um Estado, que cada vez pede mais impostos aos que trabalham e não é capaz de se sustentar, porque os que trabalham são poucos, e os encargos sociais são muitos.
8 - Era uma vez um Estado, que não tem condições para apoiar as famílias e por isso retira-lhes os filhos para os institucionalizar no que gasta 12 vezes mais, do que no apoio em meio familiar.
Este Estado representa um Povo. E o Povo sou eu, somos nós.
9 - Daqui por 30 anos quando se contar esta história do Portugal de hoje, cujas consequências desconhecemos, mas não são promissoras, perguntarão os nossos netos:
- Eles tinham consciência do que estavam a fazer?
- Porque carregavam tamanho fardo de impostos que financiava uma política de morte e destruição?
- Porque estavam acomodados? Teriam medo?
10 - Diz o provérbio que “Enquanto há vida há esperança”. Porque se não há vida, a esperança definha também. Podemos ter muitas dificuldades, e temos, mas se existir um querer, uma esperança, aquelas serão vencidas, serão fonte de uma alegria e glória que enche o coração.
11 - Por alguma razão tradicionalmente era sinónimo de “mulher grávida” - “estar de esperanças”. Uma criança por nascer é sempre um mais, um horizonte sem limites, uma estrada por fazer cujo destino ninguém conhece.
12 - Cancelar esta perspectiva de abertura é destruir um Povo, é amordaçar gerações e é, em última instância, uma responsabilidade histórica. Por isso é preciso inverter os termos do provérbio – enquanto há esperança há vida.
Se algum rasgo de luz pode e deve existir, perante as dificuldades que todos sentimos, esse rasgo está numa atitude pessoal de esperança.
Uma esperança que parte em primeiro lugar do conhecimento da realidade. De um olhar atento ao que nos rodeia, que não pactua com o “politicamente correcto” mas afirma a Verdade.
Uma esperança no agir que é fruto do Ser em todas as suas dimensões.
Porque só há Vida se houver Esperança também só há Esperança se houver Vida.
Isilda Pegado
Presidente Federação Portuguesa pela Vida
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