Expulsão


DESTAK | 08 | 09 | 2010   22.39H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
A sociedade europeia considera-se guardiã mundial dos direitos humanos, democracia e segurança social. Mas foi aí, há poucas décadas, que aconteceram as maiores violações desses valores, com uma frieza, eficácia e calculismo que fariam corar os bárbaros mais cruéis. Em reacção, tendo rejeitado tais desmandos e concebido leis e instituições avançadas, a Europa acha hoje que os pode ensinar ao mundo.
A França diz-se autora mundial dos direitos humanos, democracia e segurança social. A razão foi de há dois séculos ter feito a revolução que desmantelou a sociedade antiga, e que descambou em roubos, atrocidades e um império ditatorial, tudo em nome do poder popular.
Sem nunca ter rejeitado tais desmandos, mas dizendo evoluir nesses princípios, acha hoje que os pode ensinar ao Mundo. A recente decisão do presidente francês de expulsar em bloco os ciganos, como antes a proibição parlamentar do uso do véu islâmico, são claras violações do espírito de respeito, abertura e tolerância que suportam a civilização europeia e a cultura francesa.
Os defensores dessas medidas argumentam que a sua actuação está de acordo com a democracia. Os imigrantes eram criminosos, o véu indigno e ambos são ilegais. Vale a pena lembrar-lhes que Hitler e Mussolini sempre estiveram dentro da sua legalidade. Como Danton e Robespierre, e até Luís XVI e Maria Antonieta. Quando é o suposto mestre que faz ataques destes, será que admira que o Mundo não aprenda?

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