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A mostrar mensagens de setembro, 2010

Três personagens em busca de um enredo

Público, 2010-09-30 Pedro Lomba Na semana passada, 23 de Setembro, notícias dos jornais informavam o mundo que António Mexia, o CEO da EDP, andava por Nova Iorque liderando uma comitiva da empresa de electricidade na Clinton Global Initiative, um fórum de líderes que organiza acções humanitárias. Com a comitiva de Mexia viajou também um "grupo de órgãos de comunicação social a convite da EDP" ( Jornal de Negócios , 23-9) e, aqui como em tantos outros casos, "a convite da EDP" significa aquilo que já sabemos, que nos tempos recentes a agência de viagens EDP tem tido muito trabalho. Ao mesmo tempo que Mexia desaguava em Nova Iorque, acompanhado (como sempre) por uma pequena legião de jornalistas "a convite", quem também voou para a cidade americana na mesma altura foi outro português notório. "José Sócrates dá hoje início a uma visita de três dias a Nova Iorque. Na bagagem leva as políticas nacionais na área da energia e também a candidatura portugue

Igreja e Estado em Portugal nas primeiras décadas do séc. XX

IgrejaeEstado

Sócrates

João César das Neves DESTAK | 20100930 naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt V amos imaginar que tínhamos um primeiro-ministro sério, responsável, dedicado aos problemas nacionais. O que faria, se estivesse hoje no poder, qualquer um dos grandes chefes do Governo da nossa história? Podemos escolher entre vários, mas é razoável referir o mais recente. Que diria, se hoje mandasse, o José Sócrates de 2005? Com certeza não andaria a procurar desculpas, justificar o injustificável, esconder a dureza da realidade. Seguramente não dedicaria o tempo a ver-se ao espelho, jogar ping-pong com a Oposição ou inventar distracções. Aquilo que faria seria uma solene declaração ao país, descrevendo sem rodeios a gravidade da emergência nacional, omitindo desculpas, recriminações ou embustes. Pediria a todos, da forma mais intensa e sincera, o maior empenhamento na sua solução. Em seguida anunciaria um pequeno conjunto de medidas profundas e eficazes. Essas políticas são fáceis de descrever, porque estão

A irresponsabilidade

Público, 2010.09.28 Pedro Lomba Ao anunciar que só voltará a reunir-se com José Sócrates na presença de testemunhas oculares na questão do Orçamento, Pedro Passos Coelho percebeu finalmente o que valem os acordos com o primeiro-ministro. Cumprir contratos não está propriamente no ADN do nosso primeiro, mais interessado em números circenses que servem um cálculo político momentâneo ou que criam uma aparição colaborante que se desfaz na primeira oportunidade. Compreensivelmente, Passos Coelho ganhou cautela. Está agora a aprender à sua custa por que motivo Sócrates e Manuela Ferreira Leite andaram de costas voltadas durante mais de um ano, incapazes do mais inofensivo diálogo. Um facto que deixou à altura muita gente espantada e até foi visto como um manifesto sinal da incapacidade de Ferreira Leite em dançar o "tango" ou como um daqueles inconcebíveis "ataques de carácter". Não deixa de ser uma ironia ver onde estamos. Estamos pior, muito pior daquilo que se imagin

Sessões de informação sobre as Equipas de Jovens de Nossa Senhora

EJNS

Apresentação do livro "Cuidados Paliativos - testemunhos"

Cuidados Paliativos

Contra o branqueamento do 5 de Outubro

DESTAK |29 | 09 | 2010   08.13H Um dos nossos mais prestigiados historiadores, especialista na história política portuguesa do fim das guerras liberais à consolidação do Estado Novo, tem levantado a voz contra «a forma como nos andam a vender o regime saído do 5 de Outubro». «Ao arrepio de toda a investigação histórica», acusa. Ao Destak , explica o que foi a I República e como não há razões nenhumas para celebrar a traição do verdadeiro ideal de república. Isabel Stilwell | editorial@destak.pt As suas posições sobre as comemorações do 5 de Outubro de 1910 têm sido polémicas. Acha que estão a branquear os factos? O que é polémico não são o que chama «as minhas posições», mas a forma como nos andam a vender o regime saído do 5 de Outubro. Imagine que alguém falava do Salazar mencionando apenas as barragens, o abono de família, a neutralidade na segunda guerra mundial, sem jamais referir a PIDE, a censura, a guerra colonial. Está a imaginar a gritaria que já não iria para aí? Pois é o

Encontros Actualidade & Cultura - John Henry Newman

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Frase do dia

‎ Já se disse tudo, mas como ninguém ouve, é sempre necessário recomeçar André Gide Escritor francês (1869-1951) Prémio Nobel da Literatura 1947

PEREGRINAÇÃO A PÉ A FÁTIMA DE COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO 2010 - AJUDAS À PEREGRINAÇÃO Precisam-se

  ·       Como habitualmente pedimos que considerem seriamente as vossas disponibilidades (materiais, de tempo, de deslocação) no sentido de poderem ajudar no apoio aos peregrinos que irão em Peregrinção a Fátima entre 8 e 13 de Outubro   Estas são as necessidades de ajuda à Peregrinação:     Dia 8.10 (6ª. Feira) – Almoço - 1 pessoa para trazer o almoço de Lisboa até Alverca (estar em Alverca às 13h/13h30m) e esperar para trazer as vazilhas de volta   Dia 8.10 (6ª. Feira) – Jantar – Vila Franca de Xira – Escola Secundária Alves Redol – Equipe de 7 pessoas para servir o jantar (estar em Vila Franca pelas 18:30 h para pôr mesas e preparar as coisas) + 1 pessoa para trazer o jantar de Lisboa até Vila Franca de Xira (estar em Vila Franca pelas 20h00m) e depois trazer as vasilhas de volta.   Dia 9.10 (Sábado) – Almoço – Azambuja – Bombeiros – Equipe de 6 pessoas para servir o almoço (estar em Azambuja pelas 12h para pôr mesas e preparar as coi

A sombra da injustiça

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN2010.09.27 Portugal costuma ser um país pacato sem grandes conflitos e iniquidades. Mas na novela da vida nacional existe um tema em crescente recorrência: a justiça. Esta magna virtude, normalmente pacífica, interpela-nos cada vez mais a vários níveis e formas diversas. A primeira interpelação é institucional. A decadência do sector da Justiça é hoje incontornável e central na crise social. Começou com a lenta perda de confiança popular no sistema. Preferindo a forma ao conteúdo, respeitando mais os procedimentos que a justiça, os tribunais ficaram tão morosos que a população desistiu deles. Não vale a pena recorrer à Justiça. Mas como viver em sociedade sem esse ser-viço básico? Se tal não bastasse, sucessivos processos mediáticos vêm cobrindo de ridículo o sector, com suspeitas, prescrições, intrigas, polémicas. É espantoso como uma instituição composta por pessoas inteligentes, mesmo superiormente inteligentes, comete autode

Só a fé da Igreja nos liberta - Massimo Introvigne

So_a_fe_da_Igreja

Transparência

Aura Miguel RR online 24-09-2010 09:37 Ainda a propósito da visita do Papa ao Reino Unido, vale a pena sublinhar um elemento (entre muitos possíveis) relacionado com o próprio Papa: a sua humildade. Bento XVI não hesitou em cumprir a sua missão, apesar das controvérsias. Falou o que tinha a falar, num contexto pagão e culturalmente adverso. Congregou simpatias e adesões donde nunca se esperaria. Cumpriu passos históricos que nenhum outro Papa tinha conseguido realizar. E nada disto fez com vaidade. Nunca se vislumbrou nele um só momento de orgulho ou satisfação pelo terreno conquistado. Nem sequer quando a deslumbrante Abadia de Westminter se engalanou em sua honra. Nem mesmo aí vimos Ratzinger vitorioso. Em tudo e sempre vimos um Papa simples e humilde, profundamente carregado de certezas. E foi isso o segredo do sucesso. Os britânicos perceberam que as certezas de Bento XVI não são políticas e que a sua consistência é outra, maior do que ele. Como o próprio Papa explicou a bordo

Analfabetos com aulas de dança

Público, 2010-09-23 Pedro Lomba É uma das nossas grandes certezas: a necessidade de aprendizagem, de educação, o progresso do nosso conhecimento através do ensino paciente e metódico. Mas a educação é um problema e, evidentemente, um problema político sério. Quase sempre, reduz-se qualquer insuficiência individual a uma questão de falta de educação e de ensino. Rousseau foi um pensador importante por isso mesmo. O seu Émile tornou-se uma obra tão ou mais transformadora que o Capital de Marx. O que nos disse Rousseau é que a desigualdade, a imperfeição e o conflito entre pessoas só se podem atenuar através de uma educação pública e igualizadora. Por isso, a educação do jovem Émile segue um programa optimista e abstracto. Émile não aprende com o passado, não aprende para triunfar sobre os outros, para resistir à violência ou para preservar um mérito. É educado para ser um bom cidadão, igual a outros. É educado para essa harmonia social que é a igualdade entre todos os seres humanos, su

Falei ao coração de todos os ingleses

================================================== ZENIT, O mundo visto de Roma Agência de Notícias ================================================== Catequese do Papa: “Falei ao coração de todos os ingleses” Intervenção na audiência geral de hoje CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 22 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a intervenção do Papa Bento XVI durante a audiência geral, realizada na Praça de São Pedro, com os milhares de peregrinos procedentes do mundo inteiro. * * * Queridos irmãos e irmãs: Hoje, eu gostaria de falar da viagem apostólica ao Reino Unido, que Deus me concedeu realizar na semana passada. Foi uma visita oficial e, ao mesmo tempo, uma peregrinação ao coração da história e do hoje de um povo rico de cultura e de fé, como o caso do britânico. Foi um acontecimento histórico, que marcou uma nova fase importante na longa e complexa história das relações entre essas populações e a Santa Sé. O principal objetivo da visita er

Desânimo

DESTAK | 22 | 09 | 2010   19.51H João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt «O desemprego registou uma subida em Agosto, mas o Governo diz que se confirma a tendência de descida» (RR, jornal das 24, 17/set). Esta frase paradoxal mostra bem a nossa situação política. Os ministros já nem fingem resolver problemas. Limitam-se a esbracejar para nos convencer que os problemas não existem e as coisas, afinal, não estão assim tão mal. Independentemente da realidade. É espantoso como o cargo e o poder levam pessoas inteligentes a dizer enormes disparates de que um dia, voltados à vida real, se arrependerão com vergonha. Mas o momento cega-os. Momentos como este, em que os líderes se escondem no autismo e ficção, são comuns em todas as sociedades. Quem os vive sente terrível desorientação, amargura, até angústia. Mas não se deve exagerar a sua influência porque, por muito dolorosos e avassaladores que pareçam, um dia esfumam-se sem consequências. Vimo-lo há pouco nos EUA. O segun

Deus, o rei e o julgamento de Thomas More

ZP10092203 - 22-09-2010 William Newton Permalink: http://www.zenit.org/article-26100?l=portuguese Comentário ao discurso do Papa no Parlamento britânico TRUMAU (Áustria), 22 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – É conhecido o ditado de Mark Twain de que a história não se repete, mas às vezes rima. Na sexta-feira passada, em Westminster Hall, Londres, houve uma dessas ocasiões. Neste edifício, em julho de 1535, São Thomas More foi condenado à morte por traição, ao não reconhecer a autoridade suprema do soberano temporal, o rei, sobre a autoridade da Igreja e sobre o Papa. Foram necessários 500 anos para que, na sexta-feira passada, John Bercow, sucessor de São Thomas More como presidente da Câmara dos Comuns, desse boas-vindas ao sucessor do Papa Clemente VII, ao se dirigir ao Parlamento Britânico reunido. Bento XVI era plenamente consciente do significado da ocasião e não teve pudor em recordar aos parlamentares o que estava em jogo no julgamento de Thomas More. Bento XVI assin

Papa Bento XVI, desculpe-nos

Jornais ingleses moderam seu tom depois da visita papal Por Inma Álvarez, Zenit, 2010-09-21 LONDRES, terça-feira, 21 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - A revista satírica britânica Private Eye costuma publicar hipotéticas cartas de desculpas da imprensa quando a opinião que transmite sobre uma pessoa é desmentida pela realidade. "Isso poderia ser aplicado à visita de Estado do Papa Bento XVI", afirma Dominic Lawson, editorialista de The Independent, em sua coluna de hoje, "Pope Benedict... an apology". "O Papa. Uma desculpa. Queremos pedir desculpas por descrever Sua Santidade como o líder tirânico com botas militares de uma instituição corrupta empenhada no estupro de crianças e no extermínio de todo o continente africano. Agora aceitamos que é um homem idoso e doce, que fica feliz da vida quando beija os bebês e que este país tem muito a aprender da sua humanidade e preocupação pelos mais fracos da sociedade." Com iron

Frase do dia

"No nosso tempo, o preço que temos de pagar pela fidelidade ao Evangelho já não é ser enforcado, desconjuntado e esquartejado; é antes, e de modo frequente, ser excluído, ridicularizado ou parodiado" Bento XVI, Hyde Park, 18.Set.2010

Milagre ou pesadelo?

JOÃO CÉSAR DAS NEVES DN2010-09-20 No próximo sábado atinge 30 anos o mais vasto e longo genocídio da história. A "carta aberta" do comité central do Partido Comunista Chinês publicada a 25 de Setembro de 1980 é considerada o lançamento oficial da "política do filho único", em preparação desde 1978, e que ainda vigora. A orientação é anterior e segue a linha de toda a revolução chinesa, pois foi antes de 1980 que se deu a dramática queda da fertilidade. Depois da catástrofe do "grande salto em frente", programa económico de 1958 a 1961, que gerou a maior fome artificial da história e reduziu a taxa de fertilidade para 3,4 filhos por mulher, os valores recuperaram e em 1962 estavam em 7,6. Mas a política maoista era implacável. No início da "revolução cultural", em 1966, o valor já descera para 5,5 e quando Mao morreu, em 1976, chegara aos 3 filhos por mulher, sendo de 2,5 em 1980, início da política. Assim, a nova