Capitalismo
DESTAK | 12 | 11 | 2009 08.03H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
Na segunda-feira, 9 de Novembro, celebraram-se os 20 anos da queda do muro de Berlim. Nesse dia, a BBC publicou um vasto inquérito sobre o sistema económico. Os resultados são devastadores: «Só 11 por cento dos inquiridos em 27 países consideram que a economia capitalista funciona correctamente e 51 por cento acham necessária mais regulação e reforma para a corrigir.» (Lusa 2009-11-09 às 12:25). Karl Marx no túmulo deve ter rido. Duas décadas após a suposta morte do seu sistema, o detestado capitalismo encontra-se doente. Na actual crise, muita gente relembra as críticas, se não mesmo as propostas d'O Capital.
Em grande medida, estamos hoje como há 150 anos, antes da intervenção dos reformadores socialistas. O nosso sistema é censurado pela injustiça que gera, pela instabilidade que promove, pela competição que instiga, precisamente as críticas que Karl Marx, com o seu inimitável estilo, arremessou contra a burguesia e a economia mercantil em 1867. Em muitas dimensões os seus diagnósticos mantêm-se válidos. É verdade que evoluímos muito e temos sindicatos, segurança social, regulação, participação dos cidadãos, defesa do consumidor, ambiente, etc. Mas a crise mostrou os erros que se mantêm.
Não há dúvida de que o capitalismo é o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros. Pode-se aplicar à economia de mercado o mesmo que se diz da democracia. Aliás, pelas mesmas razões. Com o fiasco do sistema de Marx aprendemos que as alternativas ao capitalismo, que pareciam tão promissoras, se revelaram muito piores.
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