Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2009

Ciência torturada

Diário de Notícias, ´20091130 por João César das Neves Num tempo que perdeu referências existe uma instância que mantém credibilidade universal: a ciência. A nossa sociedade desconfia de políticos e sacerdotes, ridiculariza avós e professores, despreza militares e jornalistas, mas tem fé inabalável em experiências, estudos, teoremas. Aliás exige suporte científico para decisões em todas as áreas da vida. Por isso são bastante preocupantes os crescentes abusos do trabalho analítico que se arriscam a minar a única fonte de verdade que resta a esta sociedade agnóstica. A ciência usa métodos rigorosos e sistemáticos que no seu campo garantem conhecimento objectivo e sólido. Mas seguindo a via epistemológica é preciso ir onde o processo conduz, não onde se escolhe. Demonstra-se o que se pode, não o que se quer. Os resultados nem sempre são convenientes, oportunos, pragmáticos. Assim é inevitável que a ciência, sendo inestimável, não baste para conduzir a humanidade, que também precisa

1.º Domingo de Advento

Celebração no Vaticano assinalou o início do tempo litúrgico para a preparação do Natal Bento XVI presidiu este Sábado à celebração das primeiras Vésperas do I Domingo do Advento, considerando que o tempo litúrgico de preparação para o Natal é de alegria interiorizada. A homilia do Papa concentrou-se no sentido da palavra “vinda” (em latim, “adventus”), contida no Leitura breve proclamada, extraída da I Carta aos Tessalonicenses, em que o apóstolo Paulo nos convida a preparar a “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Classificando o Advento como “tempo da presença e da expectativa do eterno”, Bento XVI observou que precisamente por isso é, de modo especial, tempo de alegria. O Papa fez notar que no mundo antigo, advento era o termo técnico para indicar a chegada de um funcionário, ou a visita de um rei ou imperador. Podia indicar também a vinda de uma divindade, que sai do escondimento para manifestar a sua potência, ou que é celebrada no cu

Apresentação do livro "O Estado e a Igreja" no Porto

livropjoao

Chamem o gerente

Público, 20091127 Luís Campos e Cunha A A8 não é uma auto-estrada, mas pagamos como se fosse. Porquê? Porque não avançam as obras? Viver nos Estados Unidos ensina-nos, como realidade existencial de cada dia, que somos pessoas com direitos e que devemos exercê-los. Quando vamos a uma loja, a um restaurante ou temos de obter uma informação num serviço, se algo corre mal, podemos sempre pedir para falar com o gerente. De facto, bastou-me sempre dizer - "call the manager" - para o problema se resolver. Em Portugal acanhamo-nos, temos vergonha, engolimos sapos. Mas desde então, tenho pouca pachorra. E chamo o responsável. Vem isto a propósito da falta de consideração com que somos tratados por entidades públicas e privadas que deviam estar ao nosso serviço -ao serviço do público- e nos tratam com falta de respeito. Os exemplos que vou dar são apenas da minha experiência (gosto de falar do que sei), mas estou certo que todos conhecemos muitos exemplos que nos tocam

Portugal "irá sobrevivendo"? Claro, não tem alternativa...

Público, 20091127 José Manuel O défice, a dívida, o desemprego, os juízes, os poderosos desesperam-nos. Vá lá sabermos que os "devoristas" não são eternos Com aquela candura própria de quem está a dizer o óbvio, o governador do Banco de Portugal anunciou o inevitável: não se registando uma forte descida das despesas públicas, os impostos vão subir até 2013. Ora, como ninguém está a ver quem, na actual conjuntura política, económica e social, vai cortar despesas, ou se aumentam mesmo os impostos ou se deixa crescer ainda mais o défice e a dívida. Para o país é como escolher entre ficar na frigideira ou saltar para o lume, mas surge como uma fatalidade face ao que sabemos sobre o estado da nossa economia. E que sabemos nós? Primeiro, que quando sairmos da crise vamos crescer de forma anémica, o que significa que nem as receitas dos impostos aumentarão depressa, nem diminuirá o número de desempregados, nem haverá mais riqueza para redistribuir. Nenhum organismo int

Cidadão em Acção

Campanha de protesto de leitores do jornal Público contra posição editorial a favor do casamento homossexual Caros Amigos A avaliar pelo primeiro dia, a nossa campanha de protesto junto da Sonae – proprietária do "Público" – e dos seus anunciantes foi um êxito: cerca de 1.000 emails foram recebidos em cada uma das entidades acima referidas. E sabemos que os destinatários não ficaram indiferentes. Foram emitidos emails de todo o lado: empresas, bancos, faculdades, hospitais, igrejas, associações, parlamento, gente famosa, gente desconhecida, etc. Não podemos prever qual o alcance deste impacto. Mas, pelo menos, marcámos uma posição – com delicadeza e também com firmeza – no espaço público, manifestando as nossas convicções, e cumprimos o nosso dever de participação cívica num assunto tão importante para a vida social. Decidimos terminar rapidamente esta campanha uma vez que foram cumpridos os nossos objectivos. Agradecemos a colaboração de todos, Cidadão em Ac

27 de Novembro - Nossa Senhora das Graças

Imagem
Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa A aparição de Nossa Senhora das Graças ocorreu no dia 27 de Novembro de 1830 a Santa Catarina Labouré, irmã de caridade (religiosa de S. Vicente Paulo). A santa encontrava-se em oração na capela do convento, em Paris (rua du Bac), quando a Virgem Santíssima lhe apareceu. Tratava-se de uma "Senhora de mediana estatura, o seu rosto tão belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas ..." A Santíssima Virgem disse: "Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem ...". Formou-se então em volta de Nossa Senhora um quadro oval, em que se liam em letras de ouro estas palavras: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Nisto voltou-se o quadro e eu vi no reverso a letra M encimada por uma cruz

Advento rezado em família

Advento_2009

As faces ocultas

DN 20091126 Maria José Nogueira Pinto Portugal tornou-se uma gigantesca face oculta. Mudar este estado de coisas é tão difícil como imperativo. Até parece que a corrupção só agora nos atingiu. Nas últimas semanas, dia após dia, a corrupção ocupou os grandes títulos dos jornais, os rodapés dos noticiários, as ondas das rádios, os jornalistas, os analistas, os comentadores. Pareceu-me estranho, não pelo tema, que é importantíssimo, mas por este ser tratado como algo recente que, de súbito, se tivesse revelado ao desconforto e consternação dos portugueses. E não só os media, pois eu bem oiço a communis opinio cochichar nos bancos do metro, nas cadeiras das esplanadas, nas filas do supermercado e, até, na taberna da minha aldeia. Este tema vem associado ao mau funcionamento da justiça, que, verdade seja dita, é a corrupção maior. Porque crimes sempre os houve e haverá, mas a certeza da impunidade, a percepção da inutilidade da lei, a descrença nos tribunais, isso, sim, é que não po

Suspeitas

DESTAK | 26 | 11 | 2009 08.37H João César das Neves | naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt O primeiro-ministro está de novo com problemas pela proximidade com processos de corrupção. Depois do Freeport, a Face Oculta. A Justiça não esclarece muito, pois fica sempre aérea e confusa nos processos mediáticos. Desta vez até criou um conceito original: «rede tentacular». Que será isso? Sem se provar o envolvimento do PM existem fortes acusações sobre seus próximos. Pode dizer-se que ele tem azar com a família e escolhe mal os amigos, mas o problema é político, não legal: serão admissíveis suspeitas dessas tão próximo do topo da governação? O mais curioso é imaginar um cenário inverso. Que diria José Sócrates, líder da oposição, perante processos semelhantes contra um primeiro-ministro do PSD, Durão Barroso, Santana Lopes ou Ferreira Leite? Como se comportariam os deputados do PS? Qual a atitude de jornais e comentadores? Temos algumas indicações lembrando o barulho nos consulados de Cavaco

Petição de um Referendo Nacional sobre a questão do Casamento entre Pessoas do Mesmo Sexo

ImpressoPeticaoReferendo Casamento

Encontro com Maria Ulrich no século XXI

livroMariaUlrich

Frase do dia

No fim, lembrar-nos-emos, não das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos Martin Luther King

Quem é revolucionário?

DN 20091123 João César das Neves Quando a esquerda se torna estabelecida, burguesa, dominante, quem é realmente revolucionário? No recente debate do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o mais curioso é ouvir dizer que se trata de um direito fundamental. Alguns põe um ar grave e afirmam estarem em causa valores básicos. Mas, se é mesmo tão básico, porque ficou omisso em trinta e tal anos de democracia? Porque não consta nos documentos de referência e declarações de direitos dos últimos séculos? Como é possível os militantes, que hoje o reivindicam com urgência, terem-no esquecido tanto tempo? Mas estas afirmações, mesmo se caricatas, apontam para um dos maiores problemas culturais da actualidade. A luta pela justiça social é o valor supremo da nossa civilização. Outras épocas e regiões buscavam a sabedoria, glória, beleza, mas a nossa quer uma sociedade justa e livre. Todos fomos educados colocando a equidade no lugar máximo e vendo a sua busca como imposição definitiva e unive

Homenagem a Jorge Ferreira

Imagem
(1961-2009) A melhor homenagem (manifestação de apreço pelo que de bom, belo e verdadeiro fez na sua vida terrena) que podemos fazer a Jorge Ferreira é juntar uma pequena oração em sufrágio da sua alma. Se cada um de nós o fizer, serão muitos ospedidos à Misericórdia de Deus, para que o acolha na Sua glória, reconhecendo uma vida de homem que merecer homen-agem. Quem o conheceu mal, pode olhar para o blog Tomar Partido que ele diariamente alimentou com a sua visão sobre os acontecimentos, até quase à véspera da sua morte

O avô e os netos

avoenetos by papinto

Reunião de informação das EJNS

Cartazreuniaoinforma

Dar de beber a quem tem sede

From: Isabel Leal da Costa < isabellealc@gmail.com > Date: 2009/11/20 Subject: Dar de beber a quem tem sede To: "Ir. Zilda" < dorotmoz1@gmail.com >, Maria Zilda de Oliveira < dorotmoz@virconn.com > Queridos Amigos Dar de beber A quem tem sede. Dar de comer Para crescer e sobreviver. Estas e outras são as necessidades urgentes das crianças e mães com quem trabalhei em Moçambique - Matola - AVOMACC (Ass. Voluntária de Mães e Crianças Carênciadas). Recentemente o furo da água ficou entupido com terra e as as crianças passaram a beber água filtrada por um pano. O arranjo deste tubo é caríssimo (7.500 €), e as Irmãs Doroteias da Matola, em Moçambique estão aflitas para pagar o referido tubo. Se o arranjo não for feito, a Inspecção local fechará a Instituição por não ter as condições mínimas. Já arranjei 1.125 €. Grão a grão... Pedia-vos uma contrib

Frase do dia

Testemunhar o nascimento de uma criança é a nossa melhor oportunidade de experimentar a palavra milagre Paul Carvel (1964-…) Escritor e editor belga

Onde isso vai!

Maria José Nogueira Pinto DN 19 Novembro 2009 Nestes dias do vigésimo aniversário do derrubar do Muro de Berlim e do princípio do fim do comunismo internacional, o Presidente Obama visita a República Popular da China. Não sei como a esquerda radical e utópica, que tanto embandeirou com a sua eleição, reagirá a esta visita, que tem sido marcada pelo cuidado de não ofender os anfitriões, de não abordar temas que para eles sejam incómodos ou delicados como o Tibete ou os direitos humanos, de adaptar-se às experiências da tão detestável política realista. O "odioso" Richard Nixon, "tricky Dick", o homem que abriu dramaticamente as relações com Mao Tsé-tung e a China de Pequim, não fez outra coisa. Como no fundo não fizeram outra coisa os sucessivos presidentes norte-americanos, em diálogo com o grande e futuro rival asiático, parceiro económico e financeiro decisivo, pedra de equilíbrio mundial. Um diálogo em que sacrificaram os princípios aos interesses. T

Nasceu hoje o Francisco Maria (nosso segundo neto)

IMG_2717smaller by papinto

Gasolina

19 | 11 | 2009 | DESTAK | João César das Neves | Os preços do petróleo estão a subir, apesar de ainda longe dos picos do ano passado. Em breve se voltará a falar de «choque», repetindo as queixas habituais. Sobretudo porque, como toda a gente sabe, quando o petróleo sobe os preços da gasolina sobem, mas quando desce nem sempre descem. Isto que toda a gente sabe é falso, como se vê nos dados recentes. Os preços do barris de petróleo (média do U.K. Brent, Dubai, e West Texas Intermediate, acessíveis em www.imf.org, convertida em euros) atingiram o seu pico em Junho de 2008, 105% acima do valor em Janeiro de 2007, início da subida. Depois caíram 67% até Dezembro, altura em que voltaram a aumentar, tendo já ganho 65% a partir do mínimo. Entretanto, os preços de venda ao público das várias gasolinas em Portugal (acessíveis em www.dgge.pt) começaram a subir em Fevereiro de 2007 e aumentaram cerca de 25% até Julho de 2008 (44% o gasóleo). Depois, contrariando a opinião pública, os preços

Até breve Benavente - UmDia Pela Vida

atebrevebenavente

Do "apagão" num congresso para o referendo ao "casamento"

Público, 20091118, Isilda Pegado Uma formulação legal que arredasse o efeito universal do casamento seria criar uma verdadeira discriminação legal 1. Recordam o "apagão" que na noite de um congresso socialista mandou fechar os trabalhos? Essa era a noite em que a comunicação social anunciava o debate sobre a tão desejada questão do "casamento" entre pessoas do mesmo sexo. Mas a máquina partidária socialista com elevadíssimas capacidades e responsabilidades não foi capaz de resolver, em tempo útil, uma avaria eléctrica. Muitos diziam que ali se iria "partir a louça". O tema não tinha consenso nas bases do PS e o seu eleitorado não estava confortável. Porém, esse debate ficou por fazer dentro do PS. Aquele era o congresso que legitimava o programa eleitoral para Outubro de 2009. 2. Apesar do "apagão" ao debate sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo, no programa eleitoral do PS apareceu prevista a sua legalização, embora de uma f

Casamento - o referendo

Público, 20091116, José Ribeiro e Castro Seria grave que o Estado violasse o dever de proteger a família como elemento natural e fundamental da sociedade O artigo 16.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem consagra que o homem e a mulher têm o direito de casar e constituir família e acrescenta que "a família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado". Sendo de Direito Natural, não era preciso que o afirmasse. O preceito traduz a realidade quantas vezes dita, ouvida, proclamada, repetida, no elenco dos direitos humanos fundamentais: a família é a célula-base da sociedade. Mas, positivistas que andamos, é melhor tê-lo claramente consagrado na Declaração Universal, cujos sessenta anos celebrámos com entusiasmo há um ano e para cujo valor jurídico interno a nossa Constituição também remete expressamente. O primeiro-ministro, com o país e os portugueses assolados por tantos problemas e dificuldades, decidiu anun

A poesia ilumina a vida - Encontros de leitura

CCLPH Mail Anuncio 19 de Novembro 2009

Não ao casamento Homossexual - Alegações em legítima defesa do matrimónio natural

Não ao casamento Homossexual - Alegações em legítima defesa do matrimónio natural Conferencia na UCP - por Gonçalo Portocarrero de Almada 16 de Novembro de 2009 1. INTRODUÇÃO. Antes de entrar em matéria, queria agradecer o convite para participar neste debate promovido pela Capelania da Universidade Católica Portuguesa, que saúdo muito cordialmente na pessoa do seu Capelão, o Padre Hugo Santos, e pela Associação Académica de Direito desta Universidade, com a qual tenho uma certa afinidade, na medida em que sou licenciado em Direito, muito embora Nosso Senhor, talvez por amor às ciências jurídicas, me tenha arredado destas lides, que, contudo, à revelia do meu ministério pastoral, procuro cultivar na medida das minhas reduzidas possibilidades. A verdade é que não há amor como o primeiro… Quero também agradecer à Drª Alexandra de Almeida Teté, o seu amável convite para esta minha participação, que, não tendo eu predicados que a justifiquem, se fica a dever por inteiro