ELEIÇÕES À PORTA …
Isilda Pegado
No dia-a-dia tomamos decisões, fazemos, respondemos, ajudamos, apelamos, corremos (podia continuar a enumerar verbos que implicam agir) no âmbito da nossa actividade individual. Tratamos do trabalho, da família, dos bens, das amizades… Fazemo-lo por uma decisão individual. Mas não só…
De facto toda a nossa vida está profundamente marcada pelo viver colectivo. Por isso, erra quem se alheia da decisão colectiva, isto é, erra quem se alheia da política. De que me vale dar aos meus filhos uma educação carregada de valores e orientações, se fora de casa eles não encontram eco, não encontram quem identifique esses valores. E por via disso, sentem-se "extra-terrestres".
A responsabilidade perante a vida implica sempre uma responsabilidade política. Que, ainda que mais não seja, deve ser exercida no momento das eleições.
Hoje a apatia perante a decisão política é enorme. Os partidos políticos queixam-se de que é muito difícil encontrar pessoas para integrar as listas eleitorais. A política é olhada com desconfiança e algumas vezes exercida com ética deficitária.
Mas apesar de tudo isto é fundamental o envolvimento de todos no processo político. Este é também um imperativo do homem cristão, como aliás tem sido afirmado em inúmeros documentos da Igreja Católica.
Um último obstáculo é o dizer-se que "são todos iguais". Ora, tal não tem fundamento porque de facto existem áreas determinantes para a opção política e que devem estar no centro da decisão de cada um. Elegemos cinco portas:
N.º1 - A defesa dos Direitos Fundamentais – direito à vida desde a concepção até à morte natural, o direito à liberdade.
Que decisões políticas são tomadas para proteger as vidas mais carenciadas, nomeadamente no início e no fim do ciclo da vida (aborto e eutanásia)?
N.º2 - Subsidiariedade – como princípio estruturante da organização social e do Estado e da relação deste com os corpos sociais intermédios. Mas também na organização económica, no desenvolvimento social e estruturação da saúde e da assistência;
N.º3 - Liberdade de educação – A educação não satisfaz profissionais, pais, alunos e a população em geral. A abusiva e desastrada educação sexual é imposta na escola por ideologias aventureiras contra a vontade dos pais. É necessário ver quem defende a liberdade de educação em todos os níveis.
N.º4 - Família – Promoção e defesa da Família baseada no casamento entre um homem e uma mulher, assim como o reconhecimento do direito à sua auto-regulação.
N.º5 - Liberdade religiosa – A qual implica também, e acima de tudo, a presença de uma identidade religiosa no espaço público, na escola, na cultura e na vida em geral como fonte estruturante da sociedade e do indivíduo.
Estas são quanto a nós os cinco aspectos determinantes para criar um modelo de sociedade que melhor sirva o homem e a sua felicidade.
Sobre eles, os partidos devem tomar posição clara. Os eleitores têm o direito a saber em quem votar. Por isso, a agora em voga "questão de consciência" nestas matérias, como vimos em passado bem recente, não pode voltar a repetir-se.
Ao votar, o eleitor só conhece o seu eleito pelo programa do Partido e não pela consciência do deputado, que não a dá a conhecer previamente.
Eleições à porta … é preciso cuidar bem do que é de todos. Bom voto!
Isilda Pegado
Presidente da Fed. Port. pela Vida
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