40 dias pela vida | testemunho

FACEBOOK     20/02/2018

"Cheguei a casa da missão mãos erguidas às 08:30 da manhã, hoje a esta hora já lá estavam algumas pessoas em oração pelo fim do aborto em Portugal. Depois de dizer olá a Jesus juntei-me aos que rezavam à porta da clínica. Apesar da minha oração poder ser tão eficaz ali como na capela, a proximidade com as mães que vão entrando ajuda-me a “por uma cara” na minha oração, já não estou a rezar por algo vago e distante, mas por aquelas mães que vão entrando e por aqueles bebés que trazem na barriga. Cada uma das pessoas que entra é diferente, algumas vêm sozinhas, outras com amigas, namorados, maridos e as mais novas até com os pais. As suas reações à nossa presença também são muito distintas, as mais “decididas” às vezes dizem “não obrigada”, às vezes são agressivas, outras vezes não olham, nem quando as chamam. Há mães que param para ouvir, até recebem os papéis que lhes são dados, sorriem para nós, agradecem e entram na mesma, só nos resta rezar que a dúvida lançada seja suficiente para as fazer hesitar e que, nesse momento de dúvida, tenham a coragem de procurar ajuda.
Hoje estive à porta da clínica dos Arcos até as 10:20, nesse pouco tempo entraram 15 mulheres, destas houve duas que me marcaram mais o dia. A primeira por um motivo mais triste. Nem cheguei a falar com ela, foi uma das que entrou rápido e com um olhar determinado para nem ter tempo de se questionar. Tinha só 19 anos e juntaram-se a ela 3 amigas da mesma idade. Foi com uma delas que falei enquanto esperava cá fora. Foi por ela que soube que “já era tarde”, que esta miúda, esta mãe, já tinha entrado para a sala e estava a abortar. Rezo ainda mais por ela, porque engane-se quem pense que a história acaba na clínica de abortos. Rezo para que esta miúda possa ultrapassar as cicatrizes com que inevitavelmente fica uma mãe que perde um filho, mesmo que por sua escolha. 
A segunda mãe também entrou decidida, apenas a amiga que a acompanhava aceitou um papel do apoio à vida. No entanto no tempo de espera foi entrando e saindo e os mais atentos repararam que ia olhando para Nossa Senhora com o menino. Acredito que tenha sido Ela que actuou no coração desta mãe que pouco depois saiu a chorar. A amiga chamou-nos e disse “Acho que ela vai precisar da vossa ajuda”. Esta mãe escolheu a vida, e não há alegria maior que testemunhar esta escolha."


Teresinha Ferin Cunha, 23 anos

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