Arrogância
Na reunião da ONU sobre alterações climáticas arrogância é o facto mais importante, e menos referido. Os participantes consideram-se beneméritos e consolam-se na virtude das suas intenções escondendo enorme presunção.
Ela começa logo pela altivez de achar que o ser humano tem força suficiente para modificar o clima do planeta. A Terra é enorme e o seu sistema climático extremamente vasto e complexo. Na sua história o globo já passou por muitas fases, com enormes saltos e choques. Baseados em resultados preliminares de ciência assumidamente parcial e incompleta, alguns especialistas lançaram o alarme que este majestoso sistema cósmico está a ser modificado pelas emissões de um dos seus habitantes.
Mesmo que seja verdade, aparece o segundo pedantismo. Aquele punhado de dirigentes acha mesmo que as suas decisões vão conseguir mudar o rumo do progresso humano. Confiados na suposta omnipotência governamental, têm o atrevimento de se considerarem na cabine de controlo da humanidade inteira e, por isso, do universo. Todo o exercício é benévolo mas ingénuo e de uma tolice espantosa.
Nem a evidência esmagadora do falhanço de anteriores compromissos os impede de acreditar na eficácia do anúncio de limites e medidas avulsas que, na melhor das hipóteses, reduzirão algumas décimas de grau a temperatura mundial, se ela está mesmo a subir. Isso não surpreende. Nos anos 60 a ONU quis desenvolver os pobres, nos 70 reduzir o preço do petróleo, nos 80 limitar a corrida nuclear, nos 90 diminuir a população. Ainda não acertou uma.
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silencia.