Nelson
João César das Neves
Destak10 07 2008 08.48H
Portugal está em crise. Porquê? Como saímos disto? Uma frase clássica ajuda a encontrar a resposta. No dia 21 de Outubro de 1805 o vice-almirante Horatio Nelson, poucos minutos antes da histórica batalha naval de Trafalgar, enviou um sinal a toda a frota britânica: «A Inglaterra espera que cada homem cumpra o seu dever.»
A razão por que estamos nestas dificuldades é que nem todos cumprem o seu dever. A crise nasce daquelas situações em que o Governo não governa, os trabalhadores não trabalham, os patrões não investem, os professores não ensinam, os médicos não curam, os polícias não protegem, os cidadãos não votam, os contribuintes não pagam.
Os povos, como as pessoas, têm épocas de dedicação e entrega e outras de egoísmo e mesquinhez. Nos períodos de guerra e dificuldades, a sociedade inteira vive extremos de sacrifício para defender a integridade nacional. Mas em momentos de decadência, a comunidade cai na modorra e na esclerose corporativa, onde o bem comum se perde em reivindicações de grupos.
Após 1974, Portugal viveu duas décadas de intenso compromisso comunitário. Primeiro para construir a democracia, depois para vencer o desafio europeu, a generalidade dos cidadãos suportou sacrifícios e fez esforços para melhorar o estado geral.
Depois, como seria de esperar, sobreveio a atitude interesseira, invejosa, fragmentária e abandonou-se o saudável clima de esforço comum. Hoje, em vez de se ouvir que beneficiando o todo cada um ganha, afirma-se que favorecer-se a si próprio dá vantagens à comunidade. Esta inversão faz toda a diferença.
João César das Neves
Destak10 07 2008 08.48H
Portugal está em crise. Porquê? Como saímos disto? Uma frase clássica ajuda a encontrar a resposta. No dia 21 de Outubro de 1805 o vice-almirante Horatio Nelson, poucos minutos antes da histórica batalha naval de Trafalgar, enviou um sinal a toda a frota britânica: «A Inglaterra espera que cada homem cumpra o seu dever.»
A razão por que estamos nestas dificuldades é que nem todos cumprem o seu dever. A crise nasce daquelas situações em que o Governo não governa, os trabalhadores não trabalham, os patrões não investem, os professores não ensinam, os médicos não curam, os polícias não protegem, os cidadãos não votam, os contribuintes não pagam.
Os povos, como as pessoas, têm épocas de dedicação e entrega e outras de egoísmo e mesquinhez. Nos períodos de guerra e dificuldades, a sociedade inteira vive extremos de sacrifício para defender a integridade nacional. Mas em momentos de decadência, a comunidade cai na modorra e na esclerose corporativa, onde o bem comum se perde em reivindicações de grupos.
Após 1974, Portugal viveu duas décadas de intenso compromisso comunitário. Primeiro para construir a democracia, depois para vencer o desafio europeu, a generalidade dos cidadãos suportou sacrifícios e fez esforços para melhorar o estado geral.
Depois, como seria de esperar, sobreveio a atitude interesseira, invejosa, fragmentária e abandonou-se o saudável clima de esforço comum. Hoje, em vez de se ouvir que beneficiando o todo cada um ganha, afirma-se que favorecer-se a si próprio dá vantagens à comunidade. Esta inversão faz toda a diferença.
João César das Neves
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