Socráticos
DESTAK | 20 | 06 | 2012 17.48H
João César das Neves | naohaalmocosgratis@ucp.pt
Um facto aberrante da actualidade é a persistência de um influente grupo de defensores de José Sócrates. Por estranho que pareça, o facto é indiscutível. Notícias insistentes confirmam vários apoios, movimentos e protestos de defesa dedicados ao anterior primeiro-ministro. O próprio, no exílio parisiense, mal esconde ambições futuras.
Ora o facto é mesmo insólito. A crise custou o poder a muitos dirigentes. Kostas Karamanlis, George Papandreou, José Luis Zapatero, Silvio Berlusconi, Brian Cowen, até Nicolas Sarkozy, todos saíram em desgraça, sem esperança, mesmo remota, de regresso.
De todos, poucos esticaram a corda tanto quanto José Sócrates ou abandonaram o País com um desmentido mais flagrante da sua política. O mais elementar bom senso levaria o PS a enterrar airosamente a triste memória e seguir em frente. Porque razão uma franja relevante insiste em relembrar o triste fantasma do passado?
Comentários
Atentemos ao seguinte:
Sócrates encontra-se no "exílio parisiense". Há quanto tempo? E com que sustento? Com aquilo que auferiu como primeiro ministro?... É sabido que a classe política, nomeadamente os governantes, não têm salários susceptíveis de enriquecerem em pouco tempo (pelo menos em termos oficiais)...
Por outro lado, tem de haver razões de alguns para defenderem este senhor. Será que não são "boys" ou outro tipo de pessoas outrora "auxiliados"?
Isto não é uma afirmação, nem tão pouco uma insinuação. Trata-se apenas de suposições...
O que eu sei é que, na crise e antes dela, proliferam para aí individualidades fazendo vidas em pleno desacordo com os seus rendimentos (pelo menos os "oficiais"...).
Dá que pensar.
Por outro lado, este facto aberrante explica-se: o português típico ama o seu Partido como se fosse um Clube de Futebol.
E este é um amor apaixonado, um amor a que escapa qualquer lógica...
Daí a desculpar o que quer que seja que o líder do Clube, ou do Partido, tenha feito, é um passinho de bebé.