A Família e a devoção a Nossa Senhora da Nazaré
Isilda Pegado, Voz da Verdade, 2011-09-11
Correm na internet vários textos de uma entrevista dada por Mário Vargas Llosa no jornal espanhol El País onde este se confessa ateu e simultaneamente tocado por Bento XVI, pelas Jornadas Mundiais da Juventude.
“O Papa mais culto e inteligente que a Igreja tem há muito tempo, um dos raros pontífices cujas encíclicas ou livros um agnóstico como eu pode ler sem bocejar.”
Acresce que, o Nobel da Literatura de 2010 explica a necessidade que a Sociedade, a Democracia, o Estado de Direito têm da cultura e do facto religioso. Pergunta ele: “o cristianismo forte e unido é bom ou é mau para a cultura da liberdade?” e responde: “ é bom, porque uma sociedade democrática não pode combater eficazmente os seus inimigos… se uma vida espiritual rica não floresce no seu seio como um antídoto permanente contra forças destruidoras”, “a religião não só é lícita como é indispensável numa sociedade democrática”.
Vivi nos últimos dias a devoção e festas a Nossa Senhora da Nazaré, do “Círio da Prata Grande” ou dos “Saloios” (Região de Mafra, Sintra e Torres Vedras) que todos os anos se celebram, rotativamente, nas 17 freguesias que daquele Círio fazem parte.
É uma grande devoção popular que gera uma cultura e uma forma de estar na vida. Não se constituiu por decreto ou estratégia política de um qualquer detentor de poder. Resultou antes do reconhecimento, por um homem simples, de que Deus, através da Virgem tinha curado sua mulher. Portugal convive e vive deste o início da Nacionalidade com esta devoção à Virgem de Nazaré.
Diz a lenda que um cavaleiro e um monge nos primórdios da Cristandade terão trazido uma imagem que São José (carpinteiro) terá esculpido em madeira, na presença da Virgem e do Menino. (À semelhança das nossas primeiras fotografias feitas pelos pais que, embevecidos, retratam mãe e filho de tenra idade).
Tal imagem ou relíquia teria de ser bem guardada dos inimigos e por isso foi escondida numa gruta de pedra numa serra próxima da Nazaré. Veio a ser descoberta séculos depois por D. Fuas numa caçada, o qual com regularidade voltava à gruta para ver a Virgem e o Menino. Certo dia, estando este Cavaleiro do nosso primeiro Rei perdido na caça e levando uma vida de luxúria, o demónio tentou-o para um precipício. Apareceu-lhe então a Virgem (da imagem que conhece) a qual travou o cavalo e salvou-o (no sitio da Nazaré).
A Virgem da Nazaré, aquela pequena imagem de madeira cuja origem a lenda conta (e cuja verdade histórica pouco importa aqui) como sendo o retrato que o Pai (S. José) fez de sua família (Maria e Jesus) desde 1182 que é venerada em Portugal. Factos há que respondem ao coração do homem, e por isso geram uma tradição, uma memória colectiva, que o tempo não apaga mas justifica e que são Identidade e Cultura. Esta Veneração à Virgem de Nazaré é acima de tudo um apelo, pelo símbolo e pela imagem, à Verdade, à Beleza e ao Amor que só a Família pode gerar.
A Família é o primeiro lugar onde o indivíduo experimenta o Amor. Foi assim na Família de Nazaré. Olhar para este Pai que nas horas vagas num pedaço de madeira vai esculpindo a imagem da Mulher amada e do Filho a quem tanto quer, é também compreender as fotografias que ainda na maternidade, nas festas de aniversário ou nas idas ao jardim o pai vai “batendo” e compila no portátil para mostrar no “escritório”.
É esta verdade do Coração, esta Beleza que Vargas Llosa identifica nas Jornadas Mundiais da Juventude e no Papa que nos conduz. (texto integral aqui ) Hoje a troco de eficácias, utilitarismos, individualismos e outros “ismos”, cancelamos o Amor, a Beleza que só a Família comporta.
Como melhor diz Vargas Llosa “a cultura deixou de ser essa resposta séria e profunda para as grandes perguntas do ser humano sobre a vida, a morte, o destino, a história, que no passado tentou ser, e transformou-se, por um lado, num divertimento ligeiro e inconsequente, e, por outro, numa cabala de especialistas incompreensíveis e arrogantes, confinados em fortalezas de gírias e palavras crípticas e a anos-luz do comum dos mortais”. Que a Senhora da Nazaré continue a acompanhar este Povo no Círio, no Sitio ou em qualquer outro lugar onde a Cultura da Família e do Amor possa florescer.
Correm na internet vários textos de uma entrevista dada por Mário Vargas Llosa no jornal espanhol El País onde este se confessa ateu e simultaneamente tocado por Bento XVI, pelas Jornadas Mundiais da Juventude.
“O Papa mais culto e inteligente que a Igreja tem há muito tempo, um dos raros pontífices cujas encíclicas ou livros um agnóstico como eu pode ler sem bocejar.”
Acresce que, o Nobel da Literatura de 2010 explica a necessidade que a Sociedade, a Democracia, o Estado de Direito têm da cultura e do facto religioso. Pergunta ele: “o cristianismo forte e unido é bom ou é mau para a cultura da liberdade?” e responde: “ é bom, porque uma sociedade democrática não pode combater eficazmente os seus inimigos… se uma vida espiritual rica não floresce no seu seio como um antídoto permanente contra forças destruidoras”, “a religião não só é lícita como é indispensável numa sociedade democrática”.
Vivi nos últimos dias a devoção e festas a Nossa Senhora da Nazaré, do “Círio da Prata Grande” ou dos “Saloios” (Região de Mafra, Sintra e Torres Vedras) que todos os anos se celebram, rotativamente, nas 17 freguesias que daquele Círio fazem parte.
É uma grande devoção popular que gera uma cultura e uma forma de estar na vida. Não se constituiu por decreto ou estratégia política de um qualquer detentor de poder. Resultou antes do reconhecimento, por um homem simples, de que Deus, através da Virgem tinha curado sua mulher. Portugal convive e vive deste o início da Nacionalidade com esta devoção à Virgem de Nazaré.
Diz a lenda que um cavaleiro e um monge nos primórdios da Cristandade terão trazido uma imagem que São José (carpinteiro) terá esculpido em madeira, na presença da Virgem e do Menino. (À semelhança das nossas primeiras fotografias feitas pelos pais que, embevecidos, retratam mãe e filho de tenra idade).
Tal imagem ou relíquia teria de ser bem guardada dos inimigos e por isso foi escondida numa gruta de pedra numa serra próxima da Nazaré. Veio a ser descoberta séculos depois por D. Fuas numa caçada, o qual com regularidade voltava à gruta para ver a Virgem e o Menino. Certo dia, estando este Cavaleiro do nosso primeiro Rei perdido na caça e levando uma vida de luxúria, o demónio tentou-o para um precipício. Apareceu-lhe então a Virgem (da imagem que conhece) a qual travou o cavalo e salvou-o (no sitio da Nazaré).
A Virgem da Nazaré, aquela pequena imagem de madeira cuja origem a lenda conta (e cuja verdade histórica pouco importa aqui) como sendo o retrato que o Pai (S. José) fez de sua família (Maria e Jesus) desde 1182 que é venerada em Portugal. Factos há que respondem ao coração do homem, e por isso geram uma tradição, uma memória colectiva, que o tempo não apaga mas justifica e que são Identidade e Cultura. Esta Veneração à Virgem de Nazaré é acima de tudo um apelo, pelo símbolo e pela imagem, à Verdade, à Beleza e ao Amor que só a Família pode gerar.
A Família é o primeiro lugar onde o indivíduo experimenta o Amor. Foi assim na Família de Nazaré. Olhar para este Pai que nas horas vagas num pedaço de madeira vai esculpindo a imagem da Mulher amada e do Filho a quem tanto quer, é também compreender as fotografias que ainda na maternidade, nas festas de aniversário ou nas idas ao jardim o pai vai “batendo” e compila no portátil para mostrar no “escritório”.
É esta verdade do Coração, esta Beleza que Vargas Llosa identifica nas Jornadas Mundiais da Juventude e no Papa que nos conduz. (texto integral aqui ) Hoje a troco de eficácias, utilitarismos, individualismos e outros “ismos”, cancelamos o Amor, a Beleza que só a Família comporta.
Como melhor diz Vargas Llosa “a cultura deixou de ser essa resposta séria e profunda para as grandes perguntas do ser humano sobre a vida, a morte, o destino, a história, que no passado tentou ser, e transformou-se, por um lado, num divertimento ligeiro e inconsequente, e, por outro, numa cabala de especialistas incompreensíveis e arrogantes, confinados em fortalezas de gírias e palavras crípticas e a anos-luz do comum dos mortais”. Que a Senhora da Nazaré continue a acompanhar este Povo no Círio, no Sitio ou em qualquer outro lugar onde a Cultura da Família e do Amor possa florescer.
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