O país de Marcelo

RR on-line, 14-01-2010 08:06
Ângela Silva
Seis anos depois de ter sido despedido da TVI, depois de um ministro de Santana Lopes o considerar incómodo, Marcelo Rebelo de Sousa vai ser corrido da RTP.
Ironicamente, o seu programa dominical teve em Dezembro passado das melhores audiências de sempre, mas a televisão pública está "doida" por se livrar dele.
A liberdade das suas análises semanais dá dores de cabeça aos vários poderes e a RTP não aguentou a pressão. Desculpa-se com a saída do socialista António Vitorino, que há um ano pediu para acabar o seu programa de comentário político, contraponto ao de Marcelo. E, diz o director de informação do canal público, sem contraponto, a pluralidade ficava em causa. Logo, Vitorino arrasta Marcelo Rebelo de Sousa e a RTP suspira de alívio.
Pergunta a fazer: porque é que a estação não substitui António Vitorino por outro socialista? Assim, mantinha a pluralidade. E mantinha Marcelo.
Diz a RTP que não consegue substituir Vitorino porque não há no PS ninguém com tanta notoriedade, tanta inteligência e tanta liberdade. E aqui apetece dar uma sugestão: telefonem ao secretário-geral do PS. É que de duas, uma: ou José Sócrates sugere uma lista de nomes que só não faz quem não quer; ou concorda que não tem ninguém e bem pode vestir a pele de líder de um pobre partido.
Prescindir da qualidade de Marcelo – ainda por cima num ano político de brasa, como o que aí vem – é mau de mais para ser verdade.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

OS JOVENS DE HOJE segundo Sócrates

Hino da Padroeira

O passeio de Santo António