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A mostrar mensagens de novembro, 2014

A tentação hollandista de António Costa

José Manuel Fernandes   Público 30/11/2014, 22:03 Costa continua sem concretizar políticas e sem dizer como vai pagar o fim da austeridade, mas tal não evitará que lhe cobremos pelas ilusões que vai criando, sobretudo quando opta por virar à esquerda Seis meses depois de ter desafiado António José Seguro, António Costa foi ontem entronizado líder do PS. Durante estes seis meses conseguiu uma proeza: nunca disse como, com que recursos, com que dinheiro, vai fazer diferente. Esquivo, não fala do dia seguinte, aquele que preocupa quem tem os pés na terra, elabora apenas sobre a década seguinte. Mas isso não o tem impedido de fazer mais do que promessas – na verdade tem vindo sobretudo a alimentar ilusões. Por este caminho está a colocar-se numa posição "à la Hollande", mesmo que muitos o tenham alertado para o risco dessa estratégia. Num congresso de que não se esperavam novidades, a novidade foi a viragem à esquerda. Viragem à esquerda na selecção de

Muhammad Yunus: “A ideia de procurar emprego está errada. É orientar para outro tipo de escravatura”

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JOANA GORJÃO HENRIQUES   (Londres)   Público 30/11/2014 - 12:42 O pai do microcrédito acredita que não devemos procurar mas sim criar o nosso próprio emprego. Em conversa com o PÚBLICO em Londres defende ainda que a eliminação da pobreza é o passo para acabar com a escravatura Oito anos depois de ter recebido o Nobel da Paz, Muhammad Yunus continua a ser uma estrela. Yunus é interpelado várias vezes depois do seu discurso na conferência anual Trust Women, organizada em Londres pela Thomson Reuters Foundation, a 18 e 19 de Novembro, e dedicada ao tema das mulheres e da escravatura. As conversas com curiosos são constantemente interrompidas, é-lhe pedido que tire selfies. Bem-disposto, vai aceitando, sorrindo. Yunus (n.1940) recebeu o Nobel da Paz em 2006 pela fundação do banco Grameen e pela criação do microcrédito (pequenos empréstimos a pessoas pobres). Nascido no Bangladesh, criou o Yunus Centre, que desenvolve a sua filosofia e funciona como apoio aos negócios sociais (

O leitor tem opinião sobre o caso José Sócrates? Não tenha

José Diogo Quintela Público, 2014.11.30   O leitor tem opinião sobre o caso José Sócrates? Não tenha. Isso configura um delito de julgamento na praça pública. A não ser que ache que José Sócrates está a ser vítima de justicialismo. Nesse caso, tem licença de porte de opinião. Para não haver dúvidas, aqui vai uma cartilha com o que é admissível pensar: a) Avaliar a hipótese de José Sócrates ser culpado? Não se pode. b) Levantar dúvidas sobre a idoneidade do juiz Carlos Alexandre? Pode-se. c) Questionar as reais motivações do procurador Rosário Teixeira? Pode-se. d) Sugerir que Joana Marques Vidal orquestrou este  charivari ? Pode-se. e) Desconfiar de um propósito tenebroso do sistema judicial? Pode-se. f) Suspeitar de manipulação obscura pela comunicação social? Pode-se. g) Insinuar que o Passos Coelho lucra com isto? Pode-se. h) Alvitrar que Portas é que devia ir preso por causa dos submarinos? Pode-se. i) Considerar que Cavaco Silva tem negócios ilícitos com os s

Uma agitação mental

VASCO PULIDO VALENTE   Público  30/11/2014 - 05:06 No fundo, a guerra que se prepara será a guerra entre estes dois Diabos: o Diabo da Esquerda, talvez Ricardo Salgado, e o Diabo da Direita, inevitavelmente Sócrates. De Évora, Sócrates disse ao jornal "Expresso" que "se sentia mais livre do que nunca". Isto à primeira vista parece incompreensível, quando ele está detido numa cadeia de alta segurança. Mas Sócrates vai explicando que "só deixa de ser livre quem perde a dignidade" e que, aparentemente, ele não perdeu a dele. Alguém lhe terá de explicar que não foi preso pela PIDE, a KGB ou a STASI por razões políticas. E que, pelo contrário, a Judiciária e um tribunal civil independente o puseram em Évora por suspeitas de que ele é um criminoso. Cá fora não o espera a apoteose de um herói por uma causa qualquer. Se nada se provar contra ele, encontrará um grupo de amigos, com certeza um pouco embaraçados, que lamentarão o equívoco como l

Começou o Advento

Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. Mc 13: 35-37 Começa hoje o Advento. Esta vigília atenta pode ser feita em família usando, como útil instrumento, este Advento rezado em família (2014) que a Associação de Pais de Alunos do Colégio São de Brito todos os anos edita para o Advento

Advento rezado em família (2014)

Livro Do Advento 2014

Rankings: quem é responsável pelos maus resultados?

Alexandre Homem Cristo   observador 29/11/2014, 11:37     Como em tudo na vida, há boas e más escolas, e estudar numas ou noutras faz muita diferença para o percurso escolar de um jovem. Aceitar isto tem consequências em termos de prestação de contas. Todos os anos, os rankings fazem-nos discutir as mesmas questões e tirar as mesmas conclusões. E, todos os anos, quem não gosta do que os rankings mostram aplica-se em explicações sobre os porquês destes constituírem um  ataque à escola pública . Sim, os rankings têm limitações e nem tudo na educação é mensurável. Mas admitirmos esses limites não nos deve impedir de usar os rankings com prudência e, claro, de ter em conta aquilo que eles nos revelam sobre o funcionamento das escolas. O problema é que isso nem sempre tem acontecido. Com 14 anos de publicações sucessivas dos rankings, muito melhorou, é certo, mas  o debate público ainda alimenta mitos, os directores continuam a não dar real importância aos resulta

O egoísmo é um medo de amar

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José Luís Nunes Martins, ionline, 2014.11.30 Há quem chame amor ao impulso básico da paixão fulminante, que na atração física possessiva, quase incontrolável, procura satisfazer-se, consumir-se e saciar-se... O amor pode chegar ao nosso coração vindo do céu... mas nunca serve para nós mesmos. Devemos fazê-lo chegar a quem dele precisa, amando com um único fim: a felicidade daquela pessoa concreta.  Há quem chame amor ao impulso básico da paixão fulminante, que na atração física possessiva, quase incontrolável, procura satisfazer-se, consumir-se e saciar-se... Há também quem pense que o amor é uma alegria, que resulta da união de duas vontades que procuraram estar juntas e que partilham momentos, esperanças, dores e sonhos. Sendo que, aqui, segundo dizem, só há amor se os dois desejos se encontrarem em sintonia. O amor será então, para estas pessoas, algo que não existe completo em ninguém, que só existe quando dois anseios concorrem para o mesmo fim. Será pois algo que result

O primeiro primeiro-ministro dos meus filhos

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Inês Teotónio Pereira ionline 2014.11.29 Eles sabem apenas que o senhor mais poderoso da sua infância foi preso. E isso, compreensivelmente, "faz impressão" Os meus filhos não fogem à regra de todo o país e estão também seriamente consternados com a prisão de José Sócrates. Eles não o dizem, até porque não sabem o que quer dizer "consternação", mas o silêncio que reina em minha casa sobre o caso judicial mais relevante "da história da democracia" diz tudo sobre a consternação dos meus filhos. José Sócrates foi o primeiro primeiro-ministro da vida deles e isso torna ainda mais grave o caso do último fim-de-semana. Tal como o primeiro dia de escola, as primeiras chuteiras, o primeiro amor ou a primeira viagem, também ninguém se esquece do seu primeiro primeiro-ministro. Da mesma forma que a minha geração cresceu com Sousa Veloso e o seu "TV Rural", os meus meninos cresceram com Sócrates e com o seu Magalhães. O destino assim determinou. É

Apresentação do livro "Nascemos e jamais morreremos"

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Vida de Chiara Corbella Petrillo

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Inês Dias da Silva, 2014.11.29 Na passada 6ª feira, dia 28 de Novembro, conheci o Simone, a Cristiana e o Enrico e através deles a Chiara Corbella Petrillo. Estavam lá outras 500 pessoas no auditório do Colégio de S. João de Brito, mas pouco se deu por elas, porque, como eles próprios disseram, estavam ali na condição de discípulos de Jesus e aquilo que tinham para contar era algo que não podendo guardar só para si, tornou-se um dom pessoal para cada um. Falaram com um espanto que permanece mesmo depois da morte de Chiara a 13 de Junho de 2012. O espanto pela serenidade com que viveram os últimos 4 anos da sua vida e amizade, não obstante a intensidade que os fazem parecer 40. No espaço destes 4 anos, Chiara e Enrico tiveram dois filhos que viram nascer e morrer nas primeiras horas de vida e pouco tempo depois descobriram em Chiara, já grávida do seu terceiro filho, um tumor maligno cujos tratamentos decidiram atrasar para permitir que nascesse Francesco, o seu primeiro f