A Mão Invisível

Miguel Alvim
Infovitae, 1550, 24.Nov.2011

Nunca como hoje, na Europa e no chamado Ocidente capitalista, se teve melhor percepção do conceito de “mão invisível”.
Algo está realmente mal e não funciona.
Será na economia?
São os mercados?
Não são.
São as pessoas.
Tudo se passa e se decide nesse “território” básico e natural da moral e da ética que é a pessoa humana.
O mais, são meros desenvolvimentos dessa realidade ontológica preliminar constitutiva.
Como pretender e reclamar uma economia saudável, se as pessoas que precisamente actuam no mercado e nos mercados não são sérias?
Como assegurar a vitalidade da família e o bom funcionamento dos sistemas públicos, da saúde à justiça, da regulação e da supervisão bancária à educação, se as pessoas subvertem, enganam e mentem, desviam e roubam, não zelam, não cumprem, não pagam, não se comprometem, não se esforçam, não amam, não cuidam do outro e abortam?
Os exemplos são múltiplos, mas relevam todos do mesmo sintoma de falha espiritual: do carácter (ou da falta dele), da alma, do bom propósito.
A lei positiva, por si só, não tem qualquer validade para além da meramente formal que resulta de um dado compromisso social no tempo e no espaço, se não for, rigorosamente, o reflexo de um conjunto de princípios e valores humanos imutáveis.
O verdadeiro sentido da “mão invisível” não está tanto no jogo no mercado da oferta e da procura.
São essas operações instrumentais, materiais.
A verdadeira, a única “mão invisível” está no ser e na pessoa boa, recta e responsável.
Mais de 30 anos de socialismo ateu e relativista em Portugal e na Europa deram nisto.
Não se queixem.
Mudem.
E já agora, quando se fala tanto de recursos e riquezas naturais que, supostamente, a Europa não tem: as pessoas bem formadas são os nossos diamantes.
E a nossa melhor energia, eternamente renovável, chama-se Jesus Cristo.

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