Monsenhor Junmin: A bem da Igreja universal

RR on-line 15-07-2011 08:54
Aura Miguel

Com a revolução cultural, a Igreja foi suprimida na China, mas, nos anos 80, o Governo de Pequim mudou de estratégia.
A Irmã Peter, religiosa do Sagrado Coração, hoje com 90 anos, foi presa em 1958 e obrigada a trabalhos forçados. Trabalhou na construção de casas e pontes e depois numa fábrica de carros.
O bispo Jin Peixian, hoje com 83 anos, passou 10 anos na prisão e mais tarde foi enviado para um campo de trabalho agrícola.
Cecília Tao Beiling, leiga, aos 19 anos foi levada para uma “quinta de re-educação” e por lá ficou mais de oito anos, sem hipótese de escolha.
A milhares de católicos aconteceu o mesmo. Com a revolução cultural, a Igreja foi suprimida. Mas, nos anos 80, o Governo de Pequim mudou de estratégia e autorizou que a Igreja abrisse as portas, mas sob o seu controlo: criou-se, então, a “Associação da Igreja Católica Patriótica”, não reconhecida pelo Papa e que tem vindo a ordenar membros próximos do partido para bispos de várias dioceses chinesas. Uma destas ordenações realizou-se ontem, em Shantou.
Os bispos que nela participaram arriscam a excomunhão. Alguns dias antes, quatro deles foram detidos pela polícia e obrigados a participar, mas houve um quinto bispo que se recusou a ir.
Monsenhor Paul Pei Junmin, bispo de Liaonig – cuja ordenação é reconhecida pelo Vaticano - resistiu às pressões do Governo e, apoiado pelo seu clero e fiéis, não participou na ordenação de ontem.
Não sabemos o que agora lhe vai acontecer. Mas a sua firmeza de pastor e o seu amor ao Papa são já, certamente, uma força de bem a favor da Igreja universal.
Obrigada Monsenhor Junmin!

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