Londres, anos 40
Raquel Abecasis. RR on-line 20100301
Durante as duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945) nunca o Parlamento britânico deixou de reunir, debatendo publicamente a própria condução militar do conflito.
Mesmo em períodos de crise muito grave, as instituições democráticas britânicas funcionaram, até no que toca à alternância democrática. Churchill, do Partido Conservador, foi chamado a Primeiro-ministro em 1940, quando as tropas alemãs avançavam pela Europa de forma aparentemente irresistível.
Churchill resistiu, tornando-se um herói nacional e mundial.
Mesmo assim, ainda durante a guerra, em eleições gerais, a maioria dos britânicos não renovou o mandato de Churchill como Primeiro-ministro, preferindo o líder dos trabalhistas, Attlee, que, desde 1940, participara no governo de coligação com os conservadores.
Os britânicos não recearam então mudar de chefe de Governo, mesmo numa situação tão grave como a de um país destruído depois de seis anos de guerra e apesar do enorme prestígio de Churchill.
Por estranho que pareça, coisas destas acontecem em democracias sólidas e maduras e só servem para as fortalecer ainda mais.
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