O coração do progresso

CATARINA ALMEIDA   BLOG FUNDAÇÃO MARIA ULRICH

http://fundacaomariaulrich.pt/2018/11/15/o-coracao-do-progresso/?fbclid=IwAR30Y4jTZ1xJ9aXP9y4ANvOoRLwO9-lRjS2nZU-I6Vnw7CxjFa1siSrWq6g



«Não chega criar computadores ou atingir os astros, é preciso que saibamos viver essa aventura planetária ao nível da nossa vida quotidiana» (Maria Ulrich, 1970)
Na mouche. Esta semana tive pelo menos três conversas sobre inteligência artificial, web summitrobots que fazem operações ao cérebro e que a minha irmã engenheira biomédica garante que “têm tudo para ser melhores que os homens porque não falham”. Sorry mana, mas não me convences!
A mana não me convenceu mas eu não sabia bem explicar porquê… É que realmente o meu incómodo não está na inovação, bem pelo contrário! Sou fascinada pelas potencialidades da tecnologia e deliro com novos gadgetsapps e i-cenas…
Quando li esta frase da Maria Ulrich, no meio dos preparativos para A pedagogia do encontro, fez-se um bocadinho de luz!
Não chega criar computadores ou atingir os astros. Claro que os computadores são maravilhosos, claro que atingir os astros é um passo incrível. Mas… não chega! Então o que falta para que a vida seja uma aventura planetária?
É preciso que saibamos viver. Saber viver? Como é que se faz para viver? O que procuramos? O que desejamos para nós e para os nossos filhos? E longe de mim referir-me (apenas) a temas filosóficos… Por que razão desejamos aspiradores mais avançados, cirurgias com menor margem de erro, computadores com mais possibilidades?
Já sei porque é que a mana não me convenceu… É que pela conversa parecia que o objectivo destes summits todos era substituir o que é humano com o que é artificial. Noutra das conversas, dizia-se que já se prevê que os robots tenham até emoções e afectos.
Temos realmente uma aventura planetária pela frente. Entre nós, cheios de humanidade (e de erros, e de limites, e de grandezas, e de ideias!), e os robots, cheios de artificialidade (e de cálculos infalíveis, e de algoritmos, e de previsibilidade), existe uma grande diferença: o misterioso coração que é sempre novo porque é continuamente feito por um Pai Criador que ama os seus filhos. E só esse coração amante e amado poderá ser o motor do verdadeiro progresso.

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