A família tornou-se uma “incorrecção política”?

ANTÓNIO  BAGÃO FÉLIX

Três exemplos que ilustram a forma como se amesquinha a família enquanto primeira e decisiva instituição referencial.

Hoje é o dia dos Finados, tornado banal pela escassez de espiritualidade e pela rarefacção de memória que a sociedade presentista vai gerando aceleradamente. Hoje, continuamos entre Tancos e tantos (casos judiciários). Nesta apoplexia da repetição e da vulgarização, a indiferença tornou-se demolidora. É aí que medram circunstâncias insólitas, como três situações recentes, que aqui sumario. A primeira, a de um professor de uma universidade pública, “dinamizador do poliamor (!) em Portugal”, que num programa televisivo afirmou que “quando a avozinha ou o avozinho vai lá a casa e a criança é obrigada a dar o beijinho à avozinha ou ao avozinho, estamos a educar para a violência sobre o corpo do outro ou da outra, desde crianças”. A segunda, a de um inquérito abjecto numa escola pública em que alunos do 5.º ano (nove, dez anos de idade) foram questionados sobre se se sentem “atraídos por homens, mulher ou ambos” e sobre o seu sexo (se é “homem, mulher ou... outro”!), no âmbito de uma “ficha sociodemográfica” (!). A terceira, a de um novo reality showchamado “Casados à Primeira Vista”, no qual os “concorrentes” vão casar com alguém que nunca viram antes e que só conhecem no próprio dia do casamento.
Estes três exemplos ilustram algumas das faces eticamente sórdidas e tóxicas com que, directa ou subliminarmente, se amesquinha a família enquanto primeira e decisiva instituição referencial.
A família não é um frágil conglomerado de emoções e estados de alma que nos é oferecido por telenovelas e outros produtos de libertinagem.

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