Peregrinação, parábola da vida

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A peregrinação como parábola da própria vida é a proposta de Joana, Inês e Miguel para a V edição do Meeting Lisboa: uma exposição sobre a peregrinação anual de Comunhão e Libertação a Fátima.
A exposição "conta a vida da peregrinação, o que é uma peregrinação, como se relaciona com a vida, porque é que é bom peregrinar, porque é que é fundamental para qualquer pessoa fazer uma peregrinação por ano, sobretudo para quem vive em Portugal, o altar do mundo”, explica Joana.
A ideia de fazer esta exposição foi do Pedro, pai da Inês e que também esteve na organização durante vinte anos. Depois da sua morte, durante a peregrinação do ano passado, tanto a Inês como os amigos do pai não quiseram deixar passar o ano do Centenário das Aparições. Segundo Inês “a peregrinação a Fátima foi um dos primeiros gestos do movimento em Portugal”, por isso, a primeira parte da exposição “vai ser uma retrospectiva das primeiras peregrinações e de como é que a amizade cresceu a partir daí. Depois vamos entrar no que é que significa realmente peregrinar – falar do sacrifício, do cansaço, do silêncio e da oração. Pegamos nestes grandes temas que se vivem em cinco dias e tentamos mostrar a riqueza que são para as pessoas que peregrinam”.
Tudo a partir de testemunhos de peregrinos e de textos que têm servido de guia em cada ano. Num dos painéis da exposição está o testemunho de Conceição:
“Essa caminhada até Fatima, até Maria, trouxe-me uma necessidade de verdade. Percebi que a vida era mais a sério. Para mim foi um encontro com Cristo, não porque não acreditasse em Deus, mas porque naquele momento senti-o de uma forma diferente. Senti que era para mim, e por isso fiquei (no CL). Aqui encontrei amigos verdadeiros, que mesmo nos momentos de desânimo, confusão ou pecado, estão sempre prontos a darem-me a mão e a mostrarem-me por onde é o caminho. Com isto quero dizer que vocês são os amigos que quero ter para o resto da minha  vida”.
Sobre estes dias de preparação da exposição Inês diz: “para mim a coisa mais gira tem sido tornar-me mais amiga dos amigos do meu pai!”. E  Miguel, acrescenta: “parece que estamos em peregrinação quando no fundo é só a preparação de uma exposição!”


A reunião de preparação que interrompemos é em casa da Inês, numa quinta-feira à noite, e depois de um dia que já vai longo para todos… “se chegar ao fim da semana e fizer uma retrospectiva, foi uma semana que passou a correr. E as semanas passam sempre a correr. Ao passo que na peregrinação são cinco dias que não são fáceis, mas o tempo é vivido de outra maneira, a semana é sempre muito maior, porque há muito mais que fica dentro de nós”, conta Miguel.
“Eu neste momento tenho pouquíssimo tempo, mas mesmo que não consiga emitir muita opinião, adoro ler os textos todos que se estão a preparar e ver as fotografias antigas e pensar como é que a peregrinação era e como é hoje”, conta Joana, promotora da peregrinação há vinte anos. Comunicar a experiência da peregrinação no Meeting tem sido um desafio, um esforço que ao mesmo tempo descreve com leveza, porque, como acrescenta: “o que estou a gostar mais na preparação é de estarmos juntos!”.

Miguel foi a pé a Fátima pela primeira vez “para agradecer o facto de a minha filha mais nova ter nascido, porque esteve para não nascer”. Depois desta primeira experiência, deu-se conta de que “precisava muito mais de me converter do que aquilo que tinha consciência” e ali “encontrei pessoas que me fizeram perceber que aquele gesto anual era importante para a minha vida, portanto nos últimos doze anos fui sempre”. Do amor ninguém foge.

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