Fátima por... João César das Neves
FAMILIACRISTÃ.PT 10.03.17
Do que lembro foi da luta que essa mensagem gerou em mim. É que a Senhora tinha pedido para rezarmos o terço todos os dias, e quando era jovem tinha muita dificuldade naquela longa repetição que me parecia sem sentido. Eu e o terço tivemos uma guerra demorada e dramática, com muitas fases e episódios, que ele acabou por ganhar, quando eu já era crescidito. A fidelidade foi vencendo o enfado, mas só em adulto, sobretudo através da devoção de São João Paulo II, consegui compreender e aderir ao sentido e beleza dessa oração.
Os acontecimentos de Fátima, e aquilo que a Senhora tinha vindo dizer ao mundo nesta terra do fim do mundo, era algo que eu conhecia e meditava, mas foi preciso um acontecimento particular para Fátima chegar realmente ao centro da minha vida espiritual. Vou contá-lo, não porque o considere milagroso ou sequer especial, mas para testemunhar os seus efeitos sobre a minha relação com as aparições, como me pediram.
A 9 de maio de 2002 fui convidado pelo Pe. José Maria Cortes para fazer uma conferência, parte da preparação da visita da Imagem Peregrina à paróquia de São Pedro de Alverca do Ribatejo. Essa visita, que se realizaria a 13 de maio seguinte, era especial por incluir a cerimónia de início das obras da primeira igreja do mundo dedicada aos beatos Jacinta e Francisco. O tema que me deram, Fátima e o Século XX, levou-me a alinhar as datas mais importantes do século, que eu tinha recolhido por causa das minhas aulas de Economia, junto com as do fenómeno de Fátima. […]
A minha vida espiritual passou a seguir os caminhos da Senhora do Rosário. Nunca fui lá a pé, nem sequer costumo estar nas peregrinações aniversárias de dia 13. Mas adotei na minha vivência de fé o aroma de Fátima: as orações de Fátima, as devoções de Fátima, o apelo à intercessão da Senhora e dos pastorinhos. Nós, portugueses, temos um dever especial para com esta mensagem, que foi confiada a três dos nossos para a levar a todo o mundo. Mas o primeiro lugar onde a tenho de levar é à minha vida quotidiana.
Hoje, depois de tudo disto, permanece uma luta que essa mensagem gera em mim. É que o anjo tinha dito: «De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores.» Só que eu não consigo estar nesta disponibilidade reparadora, e desperdiço muitas oportunidades de sacrifício. Mas sei que, tal como o terço foi uma conquista difícil, também este é um caminho a percorrer. […]
Fátima entranha-se
Não me lembro quando me confrontei pela primeira vez com a mensagem de Fátima. Desde pequeno, como católico português, vivo à sua sombra. Nascido na Terra da Santa Maria e no 40.º aniversário das aparições, elas fizeram parte da minha vida desde sempre.
Os acontecimentos de Fátima, e aquilo que a Senhora tinha vindo dizer ao mundo nesta terra do fim do mundo, era algo que eu conhecia e meditava, mas foi preciso um acontecimento particular para Fátima chegar realmente ao centro da minha vida espiritual. Vou contá-lo, não porque o considere milagroso ou sequer especial, mas para testemunhar os seus efeitos sobre a minha relação com as aparições, como me pediram.
A 9 de maio de 2002 fui convidado pelo Pe. José Maria Cortes para fazer uma conferência, parte da preparação da visita da Imagem Peregrina à paróquia de São Pedro de Alverca do Ribatejo. Essa visita, que se realizaria a 13 de maio seguinte, era especial por incluir a cerimónia de início das obras da primeira igreja do mundo dedicada aos beatos Jacinta e Francisco. O tema que me deram, Fátima e o Século XX, levou-me a alinhar as datas mais importantes do século, que eu tinha recolhido por causa das minhas aulas de Economia, junto com as do fenómeno de Fátima. […]
A minha vida espiritual passou a seguir os caminhos da Senhora do Rosário. Nunca fui lá a pé, nem sequer costumo estar nas peregrinações aniversárias de dia 13. Mas adotei na minha vivência de fé o aroma de Fátima: as orações de Fátima, as devoções de Fátima, o apelo à intercessão da Senhora e dos pastorinhos. Nós, portugueses, temos um dever especial para com esta mensagem, que foi confiada a três dos nossos para a levar a todo o mundo. Mas o primeiro lugar onde a tenho de levar é à minha vida quotidiana.
Hoje, depois de tudo disto, permanece uma luta que essa mensagem gera em mim. É que o anjo tinha dito: «De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores.» Só que eu não consigo estar nesta disponibilidade reparadora, e desperdiço muitas oportunidades de sacrifício. Mas sei que, tal como o terço foi uma conquista difícil, também este é um caminho a percorrer. […]
Foto: Ricardo Perna
Pode ler este testemunho na íntegra na FAMÍLIA CRISTÃ de março de 2017.
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