A necessidade de um candidato

Público 2010-08-25
Abel Matos Santos
É necessária uma candidatura alternativa no espaço do centro-direita, numa franja a que os media chamam "ala católica"

Desde que o actual Presidente Cavaco Silva assumiu funções, revelando uma conduta titubeante, cautelosa, medrosa até, que uma larga franja do eleitorado que o elegeu não lhe quer dar o voto em 2011.

Isto não seria problema, se tivesse aparecido uma alternativa à sua candidatura, coisa que ainda não aconteceu, deixando "órfãos" de candidato presidencial milhares de portugueses que se desiludiram com Cavaco e não se revêem na sua atitude passiva, de agradar a todos, abdicando dos princípios que diz defender, em prol de uma paz podre, que faz lembrar os piores tempos de Guterres, no seu desastrado Governo socialista.

Por isso muitos de nós, portugueses preocupados com o rumo que o país tomou e com o que de perigoso e estéril se avizinha, temos insistido na necessidade de uma candidatura alternativa no espaço do centro-direita, em particular uma franja organizada da sociedade portuguesa que agora os media decidiram apelidar de "ala católica".

Na verdade, um desígnio que todos cada vez mais dizem ser fundamental, para obrigar à discussão de temas estruturantes e fundamentais da nossa vida em sociedade.

Numa eleição presidencial para 2011, onde existem já quatro candidatos à esquerda (Alegre, Nobre, Moura [e Francisco Lopes, candidato do PCP ontem anunciado]), aguarda-se a mais do que certa recandidatura de Cavaco Silva, tida como da ala direita ou conservadora, se é que isto faz sentido.

No entanto, nós, os que não concordamos com as atitudes que Cavaco Silva tem tomado, não podemos senão desejar que haja no nosso espaço político outro candidato que possa obrigar à discussão do que interessa para o país e, existindo boa fé e inteligência concordantes, persuadir o Presidente que venha a ser eleito da indispensável tomada em conta das nossas convicções. É para isto que outra candidatura de peso à direita faz falta.

Figuras de relevo mais conhecidas, como Bagão Félix, Ribeiro e Castro ou Santana Lopes, ou menos conhecidas na actualidade e de grande craveira, como Rocha Vieira, só para dar alguns exemplos, são personalidades com perfil e capacidade para cumprir essa missão.

Se as menos conhecidas poderão não ter a possibilidade de criar condições para assumirem essa candidatura, já as mais mediáticas e politicamente activas têm essa obrigação moral e ética de o fazer.

Nós, a "ala católica", e os demais concidadãos, temos a obrigação de lhes pedir esse esforço, esse sacrifício em nome de Portugal, e temos também a obrigação de lhes criar as condições necessárias a uma participação digna, a uma participação cívica que revele e elucide o que são as candidaturas da esquerda, mas acima de tudo que ajude a "iluminar" Cavaco Silva, que sem chama parece baralhado, confuso e diz-se à boca fechada, sem se deixar aconselhar.
Especialista em saúde mental (abel@oniduo.pt)

Comentários

Anónimo disse…
Concordo em parte com o artigo,como por exemplo;Cavaco Silva,nao tem demonstrado como Presidente da Republica,como mostrou ser como Primeiro Ministro.
Um outro candidato da ala direita dos tres aqui colocados um apenas poderia servir melhor que Cavaco Silva(Dr;Bagao Felix)os outros dois por favor,Portugal regredia.
Mas pior hoje que colocar em duvida a reeleicao de Cavaco Silva,e deixar saber a oposicao o desnorte da da ala direita em relacao ao seu candidadto.
Que me desculpe esta e a minha opiniao(Estas noticias so servem os candidatos da esquerda,que se necessario se unirao todos em favor de Manuel Alegre,que se for eleito Presidente da Republica,vai ser uma tristesa pegada.
O Prof;Anibal Cavaco Silva,tem actuado como se sabe por razoes de uniao dos portugueses,embora tenha desagradado a muitos,porem o seu segundo mandato e oxa-la se recandidate(Nao duvido)ira ser completamente diferente,visto que nao ira ser reeleito pela terceira vez.
Todos os que estao em desacordo com a politica(Socrates)um so candidato devem apoiar com garras de um verdadeiro lusitano,e,esse so podera ser o;Prof;Cavaco Silva.

Joseph Caetano
jcaetano@verizon.net
Unknown disse…
O apelo que aqui foi deixado faz, quanto a mim, todo o sentido. A Direita - nas suas várias expressões - está orfã de candidato. Orfandade insistentemente acentuada pela pressão dos auto-proclamados "opinion makers" ao serviço de Belém que tentam que adoptemos o que não queremos perfilhar.
Eu, tal como muitos outros responsáveis pela ascenção de Cavaco Silva à Presidência, jamais voltarei a votar nele para o que quer que seja.
Qualquer dos nomes propostos pelo articulista será, decerto, merecedor da anuência de consideráveis faixas do eleitorado.
Porém, para além do indispensável "karisma", é bom que não haja coisa alguma em seu desfavor.
As personalidades apontadas em primeira linha, sendo dignas e impolutas referências do nosso espectro político, têm todas "clusters" identificáveis de "inimigos", seja pelo que fizeram - ou tentaram fazer... - seja pelo que não fizeram. E todos sabemos quais são e onde se situam.

O mesmo não sucede com o General Rocha Vieira
Não há, que se conheça, o que quer que seja contra a sua figura. E há imenso favor!
A inesquecível, e nunca suficientemente divulgada, imagem de Rocha Vieira cingindo ao peito a Bandeira de Portugal no derradeiro episódio do que foi a grandeza e pobreza da nossa História colectiva, constituiria, decerto, uma chamada de consciência para o que se espera que seja quem representa a Pátria.

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