Visita do papa ao Cazaquistao, 20010923
Atentados não podem dividir
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23-09-2001 11:17:03
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O Papa João Paulo II apelou este domingo aos cristãos e muçulmanos para que não permitam que os atentados de 11 deste mês nos Estados Unidos os dividam, sublinhando que a religião «jamais deve ser utilizada para alimentar conflitos».
«Não devemos permitir que os acontecimentos nos Estados Unidos nos possam dividir», afirmou o bispo de Roma, de 81 anos, durante a celebração de uma missa em Astana, capital do Cazaquistão, uma ex-república soviética da Ásia central, de maioria muçulmana. João Paulo II, que chegou sábado ao Cazaquistão para uma visita pastoral de três dias, apelou ainda aos cristãos «e aos fiéis de outras religiões» para trabalharem em conjunto, «para construir um mundo sem violência, que ama a vida e que crê na justiça e na solidariedade». «Que cada povo, inspirado pelo espírito divino, possa trabalhar para uma civilização de amor», afirmou na missa, perante cerca de 40 mil pessoas, manifestando também a esperança no desaparecimento «de todas as formas de ódio, de discriminação e de violência». O Papa, por outro lado, manteve de manhã uma longa conversa telefónica com o seu secretário de Estado, o cardeal Angelo Sodano, que permaneceu no Vaticano para seguir os acontecimentos internacionais, relacionados sobretudo com a operação americana. A visita de João Paulo II ao Cazaquistão, primeira etapa de uma curta digressão que o levará também à Arménia, a partir de terça-feira, está rodeada de medidas de segurança excepcionais, para o que foram convocados mais de 2.400 agentes policiais. A deslocação ao Cazaquistão representa também um sinal de respeito de João Paulo II pela pequena comunidade católica de cerca de 300 mil pessoas, na sua maioria descendentes de alemães e polacos deportados para as estepes áridas deste país da Ásia central pelo antigo líder soviético Estaline durante a Segunda Guerra Mundial. É também vista como uma oportunidade para reforçar os laços entre cristãos católicos e ortodoxos, pois cerca de 20 por cento dos mais de 20 milhões de habitantes do Cazaquistão são russos ortodoxos. |
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