Um “legado de uma grande afirmação cristã na sociedade portuguesa”

 Patriarcado de Lisboa (patriarcado-lisboa.pt)   06.06.2022

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D. Manuel Clemente presidiu, emocionado, à Missa Exequial do seu colega de seminário. O Presidente da República participou na celebração e viu na multidão que acorreu à Sé “sinal do que foi a vida dele”, uma figura que marcou a Igreja e a sociedade portuguesa.


O Cardeal-Patriarca de Lisboa enalteceu, esta segunda-feira, o legado do cónego João Seabra. “O influxo que trouxe à Diocese de Lisboa é muito grande e vai ficar com tudo aquilo a que ele está ligado, de movimentos, de grupos, de colégios”, afirmou à Renascença à entrada para a Missa Exequial a que presidiu. Para D. Manuel Clemente, não faz sentido “falar de despedida, porque vamos continuar a senti-lo muito presente, com o seu trabalho, com o que deixou, o seu legado de uma grande afirmação cristã na sociedade portuguesa, e uma grande mobilização católica por todas as causas pertinentes”.
“Neste último meio século de vida a Igreja em Lisboa contou com ele em todas as frentes”. E foram muitas, a começar pela defesa da vida, sublinhou o Cardeal já durante a homília, em que começou por agradecer a todos os cuidadores que acompanharam João Seabra na doença, “noite e dia, com tanto carinho”.
“Nestes últimos anos da vida do João, em que ele quase decalcou os últimos anos da sua grande figura exemplar, que foi S. João Paulo II”, houve um “depauperamento exterior das suas condições físicas”, mas “não intelectuais”, disse o Patriarca, que considera muito relevante a obra historiográfica que o cónego João Seabra deixou sobre as relações Igreja-Estado. “A sua tese de doutoramento – belíssima -, e agora esta publicação sobre os problemas que o pombalismo levantou à Igreja, é tudo de primeira água. Como tudo é de primeira água naquilo que o João fez”, sublinhou.
Lembrando que entraram juntos no seminário, D. Manuel Clemente falou da última vez em que estiveram juntos. “Há uma semana, terminámos o nosso encontro com uma benção mútua: eu pus-lhe a mão na cabeça, e ele pôs-me a sua na minha, e ainda não a tirou”, partilhou o cardeal, emocionado.

“Esta multidão é sinal do que foi a vida dele”
A Sé de Lisboa foi pequena para acolher todos os que quiseram participar na Missa Exequial do cónego João Seabra, e a comunhão teve de ser distribuída também no exterior da catedral, onde muitos permaneceram. Uma mobilização que para o Presidente da República mostra bem como esta figura da Igreja marcou várias gerações de cristãos. “Foi uma cerimónia que mostrou bem a importância do padre João Seabra, porque estiveram aqui alunos dos seus colégios, estudantes orientados da Universidade Católica, muitos padres que ele formou, muitos elementos das equipas de casais e de jovens. Esteve a vida dele, e a vida dele foi isso: foi servir como uma espécie de paizinho, na formação de milhares e milhares de crianças, jovens e adultos”.
“Foi assim, partiu assim, cumpriu uma missão com aquele carisma que lhe conhecemos, e marcou a Igreja e a sociedade portuguesa”, afirmou o presidente no final da missa exequial do amigo e antigo colega de liceu e faculdade, e que teve oportunidade de condecorar, em 2018, pelos seus 40 anos de padre.


Renascença

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