Chegámos a isto
Paulo Tunhas, Publicado no i-online em 30 de Junho de 2010 Tudo, no horizonte provável, é melhor que Sócrates? Sim. Mas, desgraçadamente, isso não quer dizer muito Na Assembleia da República, no outro dia, o primeiro-ministro, afivelando o seu melhor sorriso chocarreiro, e com o tom gozoso e plebeu que põe habitualmente no exercício, dirigia-se à deputada dos Verdes chamando-lhe, entre outras coisas, "estalinista" e "pós-moderna". A simples máquina de palavras que ele é não é sem dúvida obrigada a dar-se conta da incompatibilidade dos conceitos, e o facto certamente não importa por aí além. Na imagem, o que era interessante era a figura sentada ao seu lado esquerdo, ou pelo menos o que se via dela. Porque Teixeira dos Santos escondia quase a cara com as mãos e só se vislumbrava um olhar carregado e sombrio. Nada podia contrastar mais com o espevitamento febril e fátuo do falante agitado que ele anda, sacrificadamente, a ombrear. Mas não era difícil adivinhar o q