João Paulo II, o Papa libertador
José Manuel Barroso DN 2006-01-05 Quando assistia ao desfile, nos jornais e nas televisões, dos acontecimentos do ano que findou, imaginei-me, simples cidadão do mundo, a identificar o personagem cujo desaparecimento eu mais sentisse como uma perda. Um homem emergiu dessa busca João Paulo II, o Papa peregrino. João Paulo II tornou-se, no final do século XX, numa das referências morais do nosso tempo e num guia espiritual para milhões de mulheres e de homens, independentemente de serem ou não católicos. Por onde passou - e João Paulo II realizou mais de cem viagens a 130 países - arrastou multidões, mobilizou governantes (favoráveis ou contrários à sua presença) e o seu carisma atraiu as massas onde quer que fosse . Foi um verdadeiro Papa universal - isto é, católico. "Se ficasse no Vaticano, como a Cúria gostaria que fizesse, então ficaria sentado em Roma escrevendo encíclicas, que seriam lidas apenas por um punhado de pessoas (Comentário sobre as viagens, 1982) ." E era às p