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A mostrar mensagens de janeiro, 2017

Entre a vida e a morte

JOSÉ RIBEIRO E CASTRO    31.01.17    JORNAL DE NOTÍCIAS 1. Tem-se insinuado no debate público uma ideia que é um veneno. Veneno não é insulto, é qualificação: é que essa ideia mata. É a ideia da eutanásia legalizada. Agora, está na ordem do dia. Não ponho em causa os sentimentos de quem a defende por dolorosa experiência própria, ou genuinamente condoído por sofrimento que observa ou imagina. O sofrimento humano interpela-nos com dureza, por vezes de forma desconcertante. Abstenho-me de julgar as reações que provoca, sejam quais forem. O problema é reconhecer e atribuir a alguém o poder de matar. Não pode ser. Essa caixa de Pandora não pode ser aberta - nem é preciso abri-la. 2. De forma geral, as ordens jurídicas em que nos enquadramos consideram a eutanásia ilegal há décadas, senão séculos. Só recentemente têm surgido esforços, aqui e ali, para a admitir na lei, como na Holanda e na Bélgica. Escândalo maior, permitiram a eutanásia de menores. Sinal da hipocrisia das instit

O discurso histórico de Mike Pence na "Marcha pela Vida"

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JOÃO SILVEIRA         SENZAPAGARE.BLOGSPOT.PT       27.01.17 Pela primeira vez na História, um vice-presidente dos Estados Unidos da América esteve presente e falou à multidão na "March for Life". O discurso de Mike Pence foi muito forte, pela positiva, e poderá representar um momento-chave na luta contra o aborto naquele país e no mundo. Desejo a todos as boas vindas a Washington DC para a 44ª marcha anual pela vida. É um dia bom. É o melhor dia que já vi para a marcha pela vida em vários sentidos. Sinto-me profundamente honrado em encontrar-me perante vós hoje.  Sinto-me profundamente honrado por ser o primeiro vice-presidente dos Estados Unidos na história a ter o privilégio de participar neste evento histórico . Há mais de 240 anos, os pais fundadores da nossa nação escreveram palavras que ecoaram através dos tempos. Eles declararam como verdades auto-evidentes o facto de todos nós sermos dotados pelo nosso Criador de certos direitos inalienáveis, como a vida, a

1 Fev :: Manifestação STOP EUTANÁSIA

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Surrealismo

JOSÉ MARIA C.S. ANDRÉ   29.01.17 Correio dos Açores,  Verdadeiro Olhar,  ABC Portuguese Canadian Newspaper,  Spe Deus, Clarim, O Alcoa Muitos meios de comunicação social têm dificuldade em perceber a Igreja, porque parece que ela não fala do dia-a-dia real. Faz lembrar aqueles artistas dos anos 20 que rejeitavam a chamada «ditadura da razão» e lhe contrapunham o sonho, a falta de lógica. A inconsistência dos surrealistas dos anos 20 gerava momentos de humor e, realmente, nada daquilo era para ser levado a sério ainda que, frequentemente, fosse muito divertido. Hoje em dia, muitos jornalistas estão convencidos de que a Igreja também vive numa nuvem de sonhos, irrealista, «acima da realidade», como proclamavam os surrealistas com o seu humor muito especial. O discurso da Igreja tem alguma coisa a ver com os problemas do mundo em que vivemos? No meio de tantas convulsões, o Papa Francisco está focado no sacramento da Confissão! Das primeiras vezes, as pessoas estranharam. Com

A hipocrisia que exclui, na Marcha das Mulheres em Washington

Kelsey Kurtinitis        19.01.17       LIFESITENEWS.COM   I am a woman, and yet the Women’s March on Washington does not represent me. This is not because of any prejudice I hold - I do not hate women, nor do I suffer from any “ internalized misogyny ”. No, the Women’s March does not represent me because they have chosen not to. You see, the Women’s March only believes in the pro-choice buzzword when you choose to agree with them. As you may have heard, women from across the country are organizing to take part in the Women’s March on Washington on January 21st - one day after President-elect Donald J. Trump’s inauguration - as a way to protest the incoming administration. According to their mission statement , they aim to “join in diversity” while sending “a bold message to our new government on their first day in office, and to the world that women’s rights are human rights.” The statement goes on to elaborate on their reasons for rallying against Trump, claiming

Vai um Gin do Peter's

MARIA ZARCO   http://adeus-ate-ao-meu-regresso.blogspot.pt   24.01.17 Hannah Arendt é, certamente, a filósofa mais citada do século XX, despertando paixões e ódios descontrolados. Quem não conhece a célebre caracterização dos totalitarismos como a « banalidade do mal »? Não por ser um mal banal, mas por se ter imiscuído na normalidade, convertendo-se na norma generalizada da sociedade. Aí reside a sua perversão, de contornos mais hediondos do que aquele mal do antigamente, distinto da normalidade até por reivindicar, geralmente, um estatuto de superioridade. Sob a aparência da banalidade, a mentira instalou-se rapidamente, invertendo os valores mais elementares. A obediência tornou-se num valor supremo e ilimitado, com as consequências nefastas que se conhecem.   É sobre a audácia desta filósofa e teórica da política que a realizadora israelita, Ada Ushpiz – munida de igual ousadia – lhe dedica o documentário «Vida Activa: o Espírito de Hannah Arendt» (1). Somos levados a acom

Frase do dia

A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o suficiente para assumirmos a responsabilidade por ele.  Hannah Arendt Salientar a positividade  é, não só um desafio, como uma responsabilidade. Temos nestas semanas testemunhado e pactuado com uma grande irresponsabilidade na tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos. As manifestações nas ruas e as notícias publicadas nos media são,  não só uma falta de respeito por aquele que (quer se queira quer não) foi eleito Presidente como, mais grave ainda, mostram uma falta de respeito pelos  fellow citizens  que lhe deram os votos.  É de facto curioso que esta falta de respeito seja demonstrada em nome da tolerância, da diversidade e de uma liberdade que leva exactamente àquilo que é consensualmente desagradável na vida pessoal do novo Presidente.  Nas muitas comparações feitas entre as duas famílias presidenciais, a família Obama com pai, mãe e filhas é, aos olhos de todos, mais