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A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

A meio da Quaresma - Os primeiros 20 dias

AmeiodaQuaresma

FILHOS DE UM ESTADO-GALINHA

Clara Ferreira Alves Expresso, 2016.02.28 Acha-se normal, no Portugal de 2016, que um homem ou uma mulher de 30 anos sejam abrangidos pelo sistema dos “pais” desde que os pais sejam funcionários públicos  ma das medidas mais extraordinárias deste Governo, ou mais estupidamente extraordinárias, é a da extensão da ADSE, o subsistema de Saúde dos funcionários públicos, a filhos até aos 30 anos. Em que consiste exatamente, para efeitos de proteção social, a figura do “filho” de 30 anos? Qual a sociedade avançada, ou mesmo a sociedade primitiva e tribal, em que um adulto de pleno direito, com idade para ser pai/mãe de família, e que deveria ser idealmente pai/mãe de família, deva ser considerado um filho-família, dependente do sistema de Saúde dos pais? Bom, parece que será apenas, para efeitos restritos, um filho de 30 anos que viva em casa dos pais e que não exerça atividade remunerada. Foi o que li em todas as notícias. Ou seja, um desempregado que vive à custa dos pais e que nã

Mentiras com perna curta

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Alexandre Homem Cristo Observador 29/2/2016 Disse-se que a direita favoreceu a escola privada entre 2011-2015. Depois, explicou-se que a dotação para os privados em 2016 resulta do aumento negociado e imposto pela direita. Nada disso é verdade. Não é tão picante quanto discutir cartazes parvos do BE. Nem é tão fracturante quanto a eutanásia. E muito menos tem o encanto da cerimónia dos Óscares. Mas hoje o ministro da Educação vai ao parlamento defender o seu Orçamento e,  para além das dúvidas já referidas , é necessário de um exercício de escrutínio que expõe como uma mentira se pode tornar verdade se repetida muitas vezes sem contraditório. Primeiro, toda a esquerda sentenciou que o governo PSD-CDS andou a destruir a escola pública para favorecer as escolas privadas – “degradar, degradar, degradar a escola pública e, no final, tira dinheiro da escola pública e transfere para as escolas privadas com o aumento dos contratos de associação”  acusou João Galamba , dir

Direito à indignação

RAQUEL HENRIQUES DA SILVA Público 29/02/2016 Decidi tomar posição para exprimir a minha profunda indignação pelo modo como António Lamas tem sido enxovalhado. Por estes dias, tenho estado na expectativa de que a discussão do orçamento de Estado pudesse ser momento adequado para que o Ministro da Cultura (MC) enunciasse as linhas mestras da estratégia política para um sector que, há mais de uma década, não tem linha de rumo consistente. Desejaria, por exemplo, saber se o Conselho Nacional de Cultura vai finalmente ser um órgão com alguma relevância para democraticamente se discutir o campo patrimonial, em primeiro lugar se a problemática DGPC se deve manter no seu gigantismo de pés de barro e na sua escandalosa falta de meios. Pensar este tópico, envolve também o desempenho das Direcções Regionais de Cultura nas suas funções de gestão de museus e monumentos, a passagem da gestão de museus destes organismos para Câmaras Municipais, a gravíssima perda de autonomia dos museus naci

Infâmia

António Barreto DN 2016.02.29  O Dr. Carlos Costa é um homem decente e um profissional experimentado. Já deu suficientes provas da sua dedicação à causa pública. Exerce as funções de governador num dos piores momentos da história do Banco de Portugal, da economia nacional e do sistema bancário. Para esse cargo, foi designado pelo primeiro-ministro de um partido e confirmado pelo primeiro-ministro de outro. Tanto quanto se sabe e é público, esteve isolado durante os períodos mais difíceis, como a bancarrota de 2011 e o acordo com a troika. Os governantes e outras entidades refugiaram-se então atrás da independência do Banco e da sua verdadeira tutela, o Banco Central Europeu. Além disso, o Banco de Portugal teve de enfrentar sozinho os casos do BES, do Banif, do Novo Banco e os restos do BPN. As autoridades portuguesas evitaram contactos com o Banco. Este colocou-se na difícil posição de charneira, entalado entre o governo nacional e o banco europeu. Ambos preferiram desaparecer

24 horas para o Senhor

Cartaz_24HPara_o_Senhor by papinto

20º dia da Quaresma

POVO  28.2.16  Como suspira o veado pelas correntes das águas,  assim minha alma suspira por Vós, Senhor.  Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:  quando irei contemplar a face de Deus?  Sl 42, 2-3 ____

29 de Fevereiro faz deste ano um ano bissexto

Chama-se ano bissexto o ano ao qual é acrescentado um dia extra, ficando com 366 dias, um dia a mais do que os anos normais de 365 dias, ocorrendo a cada quatro anos (exceto anos múltiplos de 100 que não são múltiplos de 400). Isto é feito com o objetivo de manter o calendário anual ajustado com a translação da Terra e com os eventos sazonais relacionados às estações do ano. O presente ano (2016) é bissexto. O anterior ano bissexto foi 2012 e o próximo será 2020. A origem do nome bissexto advém da implantação do Calendário Juliano em 48 a.C. que se modificou evoluindo para o Calendário Gregoriano que hoje é usado em muitos países a todos os quais ocorrem os anos bissextos. Dentro de um contexto histórico, a inclusão deste dia extra, dito dia intercalar, ocorreu e é feita em calendários ditos solares em diferentes meses e posições. No Calendário Gregoriano é acrescentado ao final do mês de Fevereiro, sendo seu 29º dia. Hoje a expressão bissexto ou outra é associada ao duplo seis

E se adoptássemos o BE?

Alberto Gonçalves DN 2016.02.26 Não acho piada nem ao cartaz do BE ("Jesus também tinha 2 pais") nem ao ligeiro escândalo que suscitou. Embora, a acreditar nas urnas, o BE não tenha nenhum direito a mandar em nós conforme tem mandado, tem todo o direito de ofender quem muito bem desejar. Além disso, o cartaz chama a atenção para uma causa dramática: a profunda infantilidade daqueles meninos e meninas. Uma sociedade solidária não se aborrece com a falhada irreverência do bando, mas empenha-se em explicar-lhe o que é irreverência a sério. Com paciência, talvez um dia o BE perceba a diferença e defenda os homossexuais através de injúrias às religiões que os oprimem de facto. Quando fizerem graçolas com Maomé, as crianças grandes do BE merecerão o nosso respeito. Até lá, só pena, compreensão e mimo.

Jesus quis ter uma mãe e um pai

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Quer perder peso? Pergunte-me. Como McDonald"s

João Taborda da Gama DN 2016.02.28 Isabel do Carmo escreveu nesta semana sobre impostos, sinto-me por isso à vontade para escrever sobre dietas. Então cá vai: foram dez quilos. Dez quilos, é isso mesmo. É o que diz a balança no dia dos dois meses da minha primeira dieta. Eram noventa, agora são oitenta. Qualquer dia ainda arranjo abdominais, avisou-me uma das minhas filhas. Abdominais era coisa que não existia no meu tempo: havia rabos, músculos nos braços, outras saliências e perturberâncias (sic), mas não se falava de abdominais. A culpa é do Figo e do Rui Costa que apenas se preocupavam com o cabelinho, e não perceberam que podiam ativar a marca da sua barriguinha, como fez o Ronaldo anos mais tarde. Já para não falar do Futre ou do Rui Barros, que até devem achar esta conversa meio esquisita. Em dois meses de regime tenho aprendido muita coisa. Por exemplo, quando me meti nesta aventura não antecipei que há uma diferença entre fazer-dieta e fazer-uma-dieta, e que quem faz-

Grato ao BE

António Bagão Félix Público, 2016.02.27 A direcção do Bloco de Esquerda resolveu usar a figura de Jesus Cristo para ilustrar a sua satisfação por uma nova lei. Dispenso-me de comentar a legislação aprovada no Parlamento, pois não é aí que reside a polémica que se gerou em redor do destrambelhamento propagandístico da medida, por quem julga que não há limites democraticamente decentes à imaginação tornada pública. Sou católico e, como tal, senti-me ofendido pela grosseira utilização da figura de Cristo, para mim não um profeta, mas Deus Encarnado. Manda pelo menos o dever de elegância, não utilizar meios gratuitamente deselegantes (a palavra mais diplomática que encontrei) para defender e publicitar uma causa. O respeito por um assunto que não é político, mas antes de convicções religiosas, é um dever elementar numa democracia madura. Assim como há que respeitar em absoluto quem tem outras convicções religiosas ou é agnóstico ou ateu. Não se trata pois de superioridade moral de

Comunicado da Ordem do Médicos

A Ordem dos Médicos foi surpreendida por declarações da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros que, num programa radiofónico, afirmou taxativa e assumidamente que a “eutanásia” já é praticada nos hospitais portugueses e que terá visto médicos sugerirem a administração de insulina a doentes em situação terminal para lhes causar o coma e provocar a morte, mesmo sem ‘pedido’ do doente! Independentemente das posições individuais relativamente à legalização da “eutanásia”, o teor destas declarações é extraordinariamente grave, pois envolve médicos e enfermeiros na alegada prática encapotada de crimes de homicídio em hospitais do SNS. Assim, considerando que: a) Se a Ordem dos Médicos não se pronunciasse sobre estas declarações estaria a legitimá-las implicitamente, b) A forma como as declarações são proferidas transmite a ideia de que a eutanásia possa ser uma prática relativamente comum e tacitamente aceite e praticada por médicos e enfermeiros, o que certamente irá prejudicar gravemen

19º dia e 3º Domingo da Quaresma

POVO  28.2.16  «Quem julga estar de pé tome cuidado para não cair» Cor 10, 12 ________

Isabel do Carmo e a realidade alternativa

Alberto Gonçalves DN 2016.02.28  E quando metade da população andava convencidíssima de que, em última instância, o PS nunca estabeleceria uma aliança com os partidos comunistas? Parece que foi há décadas. Mas foi há quatro ou cinco meses, e hoje já quase ninguém se lembra de que os socialistas nem sempre foram uma filial, ou o braço político, de PCP e BE. Em Fevereiro de 2016, a extrema-esquerda aprovou em coro o Orçamento do Estado e, para efeitos práticos, assinou a nossa candidatura de adesão ao Terceiro Mundo. O dr. Costa comemora o sucesso das "alternativas". Toda a gente dissecou o sem dúvida relevante acontecimento, uns com natural horror face ao desastre iminente, outros com o entusiasmo próprio dos ingénuos, dos fanáticos ou dos beneficiados. Por mim, não nego que o, até ver, maior indicador da loucura a que descemos mereça cada comentário. Apenas prefiro, se me dão licença, procurar essa toleima colectiva nas pequeninas coisas. Um artigo de Isabel do Carm

Sem capital mas com berreiro

António Barreto DN 2016.02.28 O Orçamento lá foi aprovado. Não se pode deixar de festejar o que parece ser uma atitude de compaixão de que ninguém deveria envergonhar-se. Pensionistas, idosos, crianças, trabalhadores, pobres, famílias em dificuldade e empregados da Administração vão beneficiar de alguma compensação depois de seis anos de vida difícil. É verdade que uma parte da classe média, composta sobretudo por funcionários públicos, sai mais beneficiada do que os realmente desfavorecidos. Mas há muito já que o PS navega por estas águas. Havia dinheiro para estes benefícios? É o que veremos. Há dinheiro para mais apoios? Não se sabe. Os aliados do PS vão fazer pressão e exigir mais? Também não sabemos. Os problemas deste Orçamento resumem-se numa só palavra: incerteza. Por um lado, gasta-se e apoia-se, mas por outro é ainda preciso abater uns milhares de milhões à despesa pública. E o crescimento económico é uma incógnita. A discussão na generalidade e, agora, na especial

A democracia não é de esquerda

Paulo Baldaia DN 2016.02.28 A maioria dos portugueses olha para o governo de Portugal como o governo de Portugal, não como o governo da esquerda ou da direita. Milhões de portugueses, seguramente a maioria, se contarmos com os que não votam, não é dos que nasceram para votar toda a vida PS, PSD ou outra coisa qualquer. Por isso, não aceitam o campeonato patrioteiro em que criticar um governo em início de funções é um crime de lesa-majestade. Já vivemos em democracia tempo suficiente para perceber que não há nada a ganhar quando se vive em uniões nacionais, em que a determinado momento deixamos os governos em paz, à espera de que eles mostrem o que valem, para depois estarmos juntos na crítica e exigir que cedam o lugar a outros, para voltarmos a ter a quem dar um estado de graça. Não há nada de antipatriótico, nem de antidemocrático em criticar quem está no poder e quem o apoia. Habituem-se. Dito isto, alguém pensa que uma estratégia em que se aprova aquilo com que não se conc

A mulher mais poderosa do mundo

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José Maria C. S. André Correio dos Açores, Verdadeiro Olhar, ABC Portuguese Canadian Newspaper, Spe Deus, 28-II-2016 «A mulher mais poderosa do mundo», foi o título de capa da edição americana da «National Geographic» de Dezembro passado. No interior, a revista trata o tema profissionalmente. Documentou-se e convence: mesmo descontando milagres e aparições, o poder da Mãe de Jesus chega a definir a identidade de povos inteiros. Nem sequer a rainha de Inglaterra se compara! Notícia que deixou os leitores norte-americanos impressionados e teve grande eco na imprensa. Na viagem ao México, Francisco brincou com o assunto: até os mexicanos ateus se identificam com a mensagem de Nossa Senhora em Guadalupe. Quanto mais ele, Papa! Na viagem de ida anunciou: «O meu desejo mais íntimo é ficar a olhar para a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, um mistério que se estuda, estuda, estuda e continua sem explicação... é uma coisa de Deus». O Papa referia-se a algumas características daquela

E se ajudássemos os outros a viver!

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Mafalda Ribeiro Visão 2016.02.27 Nunca fui autónoma, mas isso não me tornou menos digna em nenhum dos dias, desde que nasci. É por isso que não posso ficar em silêncio, numa altura em que nos preocupamos em como ajudar os outros a morrer "Enquanto encararmos as nossas incapacidades como tragédias, terão pena de nós. Enquanto sentirmos vergonha de quem somos, as nossas vidas serão vistas como inúteis. Enquanto ficarmos em silêncio, serão outras pessoas a dizer-nos o que fazer” (Adolf Ratzka). Sim, eu tenho 95% de incapacidade motora, avaliada por uma Junta Médica. Mas a minha vida nunca foi uma tragédia, apesar de todos os “tsunamis” que tive de enfrentar. A minha vida não é inútil porque sei que através dela posso ser relevante para quem acha que já perdeu a esperança. Os outros até podem dizer-me o que fazer, mas a minha liberdade individual levou sempre a melhor, ainda que “aprisionada” numa cadeira de rodas. Sabem porquê? Porque eu nunca tive vergonha de pedir ajuda,

“Não há definição objectiva do que é classe média em Portugal”

Económico 2016.02.27 09:33 Lígia Simões | ligia.simoes@economico.pt Os contribuintes que mais têm a ganhar com a Proposta do OE para 2016 são os que vêem os seus rendimentos repostos em 2016, diz Anabela Silva, partner da EY. Caso de funcionários públicos e pensionistas.  Anabela Silva considera que em Portugal se “fala muito de classe média”, mas que não se adoptou uma metodologia de cálculo, nem uma definição objectiva que permita definir o conceito de classe - ou classes - média. “Um contribuinte com dois mil euros de rendimento bruto aufere mais rendimento que a média, contudo, é importante salientar que Portugal apresenta ainda um rendimento médio disponível mais baixo que muitos países da União Europeia”, considera. Que perfil tem o contribuinte que mais vai ganhar com este OE para 2016? E o que mais vai perder? Os contribuintes que mais têm a ganhar com a Proposta do OE para 2016 são os que vêem os seus rendimentos repostos em 2016, como é o caso dos funcionári