Vamos queimar-nos

Helena Garrido
Directora Jornal de Negócios
Sábado, Outubro 30, 2015

É assim, por vezes. Estamos a ver o que vai acontecer mas ninguém é capaz de o evitar. São tempos como esses que estamos agora a viver em Portugal. Só uma genial habilidade política de António Costa evitará que o País volte a entrar numa crise que se pensava ter deixado para trás. 
O caminho parece traçado. No fim do ano teremos com grande probabilidade um novo governo. A defesa das instituições, o pragmatismo e o bom senso recomendam que o Presidente da República convide António Costa a formar um executivo se o líder do PS tiver e apresentar um acordo que viabilize o Orçamento de 2016. 
Vamos pagar um elevado preço, mas estamos inevitavelmente nesse trilho, em que vamos cair para nos levantarmos mais tarde. A ascensão de Costa a primeiro -ministro vai custar-nos a degradação da confiança nos investidores, não apenas dos financeiros mas também dos que garantem directamente a criação de empregos. E poderá custar-nos o fim do PS. 
António Costa terá de reunir uma mistura improvável de sorte e habilidade política para impedir que o País se volte a confrontar com a falta de dinheiro. O Bloco de Esquerda e o PCP só têm a ganhar. Vão ditar as suas regras, impor as suas condições, garantir o seu espaço partidário. O PS tem muito a perder, como o País. Vamos queimar-nos e nada conseguimos fazer para o evitar.

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