A coerência incoerente na política, desta feita protagonizada por António Costa

António Bagão Félix
Tudo menos economia, Público, 20151110

Na vida em geral e na política em particular, há uma “regra” consuetudinária: na incoerência, sê o mais coerente possível.
O curioso é que haja quem queira ser o contrário: na aparência da coerência, acabar por ser da mais infeliz incoerência.
Numa ou noutra perspectiva, a regra tende a ser universal e partidariamente transversal.
Mas, nas horas em que se está fazendo o debate do Programa do XX Governo — mais do que uma mera formalidade, porque politicamente exige o “chumbo” de um Governo indigitado pelo Presidente da República nos termos constitucionais, pelo que quem a seguir quiser governar que tenha ao menos o ónus democrático de rejeitar o Programa dos vencedores, ainda que sem maioria na AR — recordo aqui, tão-só, cinco pensamentos de António Costa (pós-eleições e durante os debates com Seguro) que falam por si:
“A vida política não é feita de cheques em branco” (6.11.2015): notável!
“Há políticos que têm um mau perder” (23.10.2015): bom espelho!
“Tu deves estar desde pequeno a sonhar em ser primeiro-ministro” (23.09.2014, dirigindo-se a António José Seguro): de novo o espelho…
“Quem não percebe a natureza própria do PS, quem não é capaz de assumir a sua história em toda a sua integralidade, não está em condições para liderar o partido.” (22.09.2014): incontestável…
“O PS ganhou, todos socialistas devem estar alegres com esta vitória nas eleições europeias, mas preocupados com o que é necessário fazer para que a próxima vitória não saiba a pouco.” (25.05.2014): não soube a vitória, mas soube a derrota (a pouco).

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