Vaticano: Comitê da ONU “Uma Espada Contra a Liberdade Religiosa”

Created on Saturday, 04 October 2014 01:51 By Dr. Stefano Gennarini
NOVA IORQUE, EUA, 3 de outubro (C-Fam) 
O Vaticano acusou um comitê da ONU de intolerância contra os cristãos e de interferir no livre exercício religioso numa crítica severa em resposta a um comunicado que um comitê da ONU divulgou à imprensa na sexta-feira passada.
A resposta oficial do Vaticano aos comentários explosivos feitos pelo Comitê da ONU sobre os Direitos das Crianças no começo deste ano, o qual disse à Igreja Católica que mudasse seu ensino sobre aborto e atração de mesmo sexo, se desvia fortemente das regras de bom comportamento da ONU ao confrontar o comitê de forma direta e sem palavras delicadas.
O Vaticano mostra dureza especial com o comitê por se intrometer na liberdade religiosa, assim como por semear confusão e desrespeito ao direito internacional. Criticou o comitê da ONU por abusar de sua posição para desacreditar a Igreja Católica no processo de prestar relatório sob a Convenção sobre os Direitos das Crianças.
A recomendação do comitê de mudar o ensino da Igreja sobre o aborto foi "completamente inaceitável," disse o Vaticano. O tratado declara que as crianças precisam ser protegidas "antes e depois do nascimento." Com relação ao ensino da Igreja sobre casamento, o Vaticano disse que duplas de mesmo sexo, orientação sexual e formas diversas da família são "polêmicas" e que os tratados de direitos humanos jamais contemplam "escolhas subjetivas de estilos de vida."
De acordo com o Vaticano os especialistas da ONU são culpados de "estereotipação negativa" e "intolerância contra membros da religião católica." O comitê "se lançou" em interpretações da Bíblia, bem como comentários sobre fé, valores morais e lei canônica.
O Vaticano disse que o comitê aplicou o princípio da não discriminação de um "jeito imoral, isto é, como uma espada contra a liberdade religiosa" quando afirmou que o ensino da Igreja sobre a complementaridade e dignidade igual do homem e da mulher são exemplos de sexismo.
A educação sexual está fora do alcance do tratado, comentou o Vaticano. "Educação sobre o autêntico amor humano, a sexualidade humana, o amor conjugal e assuntos relacionados são de forma prioritária e fundamental o direito, dever e responsabilidade dos pais."
Excetuando a essência das recomendações, o comitê não conseguiu compreender a "natureza e missão específica" da Santa Sé. O comitê disse ao Vaticano que era responsável pelas ações dos clérigos e instituições católicas que operam no território e sob as leis de outros países.
"A missão religiosa e moral da Santa Sé, que transcende fronteiras geográficas, não pode ser transformada num tipo de jurisdição legal universal, que de certo modo se torna uma questão sob o mandato de um órgão de tratado," explicou o Vaticano. Isso exigiria que a Igreja "controlasse as atividades diárias dos clérigos, religiosos e leigos que vivem nos territórios de Estados soberanos."
O Pe. Federico Lombardi, porta-voz da imprensa do Vaticano, havia prometido uma resposta detalhada depois dos comentários do comitê no começo deste ano. Ele explicou que fora dos limites da Cidade do Vaticano tudo o que a Igreja poderia fazer era apoiar o tratado com sua influência moral e espiritual. O Vaticano se tornou o quarto signatário do tratado em 1990 sob João Paulo II e o tratado goza ratificação quase que universal dos países membros da ONU.
Outros países da ONU signatários do tratado seguirão a Santa Sé com interesse. Veremos se o comitê incluirá a resposta da Santa Sé no registro do processo de prestar relatórios que é revisto anualmente pela Assembleia Geral da ONU. O comitê poderá tentar limitar a exposição da resposta do Vaticano dentro do sistema da ONU.
Tradução: Julio Severo

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