Em vias de extinção

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
ionline, 2014.04.05

Quase todas as notícias nacionais têm que ver com a situação económica e financeira do país. Os políticos parecem ter confundido o Orçamento Geral do Estado com a Constituição e reduzido a própria sociedade a um mercado, onde tudo se compra e vende.
É verdade que não se governa um país, nem uma casa, sem ter em atenção esses índices, que são indispensáveis para a boa governação doméstica e nacional. Mas uma família sã é mais do que uma despensa farta, como o bem comum, a que deve tender o exercício do poder político, também não se limita ao imprescindível acerto das contas públicas. Mesmo que, em país ou casa sem pão, todos ralhem e ninguém tenha razão.
Portugal corre sérios riscos de extinção. Não por causa da delicada situação económica e financeira que atravessa, mas por falta de população. A taxa de natalidade do nosso país é das mais baixas da Europa, muito inferior ao mínimo necessário para garantir a reposição das gerações e a sustentabilidade dos serviços de saúde, pensões e de segurança social.
Contudo, o Estado subsidia generosamente a interrupção voluntária da gravidez e aposta, suicidariamente, numa política anti-natalista e contrária à família. Em Portugal prevalece, em termos práticos, a cultura da morte: apoia-se mais o aborto do que a vida, prefere-se a contracepção à natalidade.
Assim sendo, não estranha que se fechem as maternidades e, depois, as escolas. Mais tarde, as universidades ficarão desertas e, por fim, o país. A questão já não é prever a evolução da economia nacional nos próximos anos, mas saber se, por este andar, Portugal não será, em breve, terra de ninguém

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