Passar entre os pandeiretas peticionários

Blasfémias 2012-11-09
Helena Matos



Presumo que Isabel Jonet deve estar a ser aconselhada explicar-se, pedir desculpas, fazer um desmentido… Enfim, o costume. Teve azar: os pandeiretas deram por ela. Como vêem muita televisão descobriram o que disse Isabel Jonet. (Uma das vantagens de viver em arquivos é que nunca se vê um pandeireta: investigam pouco e os raros que por lá passam têm de falar baixinho).  Claro que aquilo que Isabel Jonet disse não tem nada de novo mas os pandeiretas que da realidade só lhes interessa o diz que disse das televisões e redes sociais ficaram indignados. E um pandeireta indignado twitta logo para outros pandeiretas e todos todos unidos fazem um caso. E aí o objecto da indignação dos pandeiretas vive uns dias de verdadeiro inferno. Parece não haver na terra uma pessoa tão iníqua quanto aquela que tanto indignou os pandeiretas. Todos se sentem obrigados a criticar essa pessoa. Das televisões e rádios pedem depoimentos sobre o assunto. Aqueles que pensam exactamente o mesmo que o alvo da fúria dos pandeiretas calam-se bem calados não vão os pandeiretas virar-se contra eles. Deixá-los por conta daquela vítima que enquanto pregam para aquele lado deixam uma pessoa em  sossego! E assim neste medinho que inspiram os pandeiretas vão reforçando a sua estratégia. Porque de cada vez que se mobilizam reforçam-se: os alvos ficam reduzidos  a fanicos e aqueles que estão à volta interrogam-se sobre quem será  o próximo a ficar na berlinda. Também valha a verdade que é coisa que dura pouco tempo: mais ou menos uma semana e lá vão eles com as pandeiretas para outro lado. Para a semana que vem têm Merkel e também podem voltar àqueles pretéritos assuntos que lhes foram tão caros quanto as alterações climáticas, Guantanamo,  ou o muro na faixa de Gaza…

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